Adesão ao Nafta levou prejuízos ao México, argumenta Ferro

Deputado pernambucano criticou acordo de países norte-americanos. Para ele, ou se continua com projeto de soberania, de crescimento e de inclusão social que temos ou parte-se para um modelo neoliberal, que Aécio e Campos pretendem implantar no País, com regressão nos avanços sociais e econômicos.

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) destacou, em discurso na Câmara, recente artigo do economista José Luís Fiori que expõe os prejuízos socioeconômicos que o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) impôs ao México. Intitulado “A miragem mexicana”, o texto afirma que, na última década, “o modelo mexicano de abertura liberal, integração com os EUA, e livre comércio teve um desempenho extraordinariamente pior do que o do Brasil”.

Ferro lembrou que, durante a era FHC, os tucanos propuseram que o Brasil aderisse à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), cujo funcionamento era baseado nos princípios do Nafta. “Aqui, no Brasil, no Governo Fernando Henrique Cardoso, foi sugerida a entrada do Brasil na ALCA. Passados mais de 15 anos da Nafta, o que o México apresenta em termos comparativos com o Brasil?”, questiona o parlamentar pernambucano.

“O artigo do José Luís Fiori mostra, por exemplo, que o PIB brasileiro, que no período de 2003 a 2012 cresceu 4,2%, o do México cresceu 2,9%. O crescimento total da economia brasileira foi de 42%, a do México, 29%. As exportações do Brasil cresceram ao ano 6,6%, a do México,5,5%. O crescimento total das nossas exportações passaram de 66%, enquanto o do México ficou com 54%. A renda per capita no Brasil cresceu nesse período 2,8% ao ano e o crescimento total da renda no Brasil foi de 28% contra 14% do México. A participação dos salários na formação do PIB brasileiro subiu para 45%, enquanto a do México fica em 29%. Geramos nesse período 16 milhões de empregos, enquanto o México gerou 3,5 milhões de empregos”, listou Ferro.

“A queda da pobreza no Brasil foi reduzida para 15,9% da população, enquanto a pobreza do México subiu para 51,3% da população”, acrescentou o deputado.

“Além disso, os investimentos atraídos pelo Brasil aumentaram de 16,6 bilhões de dólares para 76 bilhões de dólares, enquanto que no México caíram de 23,9 bilhões para 15,6 bilhões. E esse é o dado da realidade que nós tivemos sobre o desempenho da economia brasileira nesse período. Portanto, fica claro para nós que o discurso feito pelos candidatos Aécio Neves e Eduardo Campos, que sinaliza para essa vertente neoliberal de encaminhar para o mercado a solução da vida do País, dá nisso aqui”, afirma Ferro.

O parlamentar disse que, se o Brasil tivesse aderido à ALCA, estaria hoje “feito o México, patinando numa situação de crise econômica, com aumento de pobreza e dependência da economia americana”.

Ferro concluiu seu discurso ressaltando as diferenças de projeto político entre o PT e a oposição e defendeu o “legado” dos 11 anos de gestões petistas. “É exatamente a diferença dos projetos políticos que estão em jogo este ano. Ou se continua com projeto de autonomia, de soberania, de crescimento e de inclusão social que nós temos, ou parte-se para um modelo neoliberal que os tucanos querem aplicar: reduzir o Bolsa Família, cortar gastos sociais, desinvestir em políticas sociais para poder suprir os atendimentos de mercado e os condicionantes de mercado, que é quem regem política e ideologicamente o projeto de Aécio Neves e também de Eduardo Campos. Nós estamos muito tranquilos para defender esse legado político e essa caminhada que temos, responsável pela melhoria de vida do povo brasileiro”, encerrou Ferro.

Da Liderança do PT no Senado.

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