Advogados pedem à PGR investigação contra Aécio Neves

Denúncias contra o senador, citado em um dos depoimentos do Operação Lava Jato, foram arquivadas. Sindicato paulista defende apuração da Lista de Furnas

Foto: Cadu Gomes/ Arquivo AgPT

O Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP) enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta quinta-feira (26), uma petição para que o senador Aécio Neves (PSDB),  citado nas investigações da Operação Lava Jato, seja investigado por ter, supostamente, recebido dinheiro ilícito, conforme delações premiadas do doleiro Alberto Youssef.

Segundo o delator, o PSDB, por meio do senador Aécio Neves, dividia uma das diretorias de Furnas com o ex-deputado José Janene, já falecido, por intermédio de uma “irmã” do senador tucano. Youssef afirmou que essa diretoria teria contratado a empresa Bauruense, que pagaria valores mensais entre US$ 100 mil e US$ 120 mil a políticos durante o período de 1994 a 2001.

Para o  presidente do sindicato, Adilmar Assis, com a quebra de sigilo surgiram situações novas relacionadas às empresas Furnas e Baruense. Por isso, a entidade defende que sejam tomadas providências em relação às denúncias feitas pelo doleiro.

“O Ministério Público entendeu que não haviam elementos para iniciar uma investigação, mas nós analisamos juridicamente as denúncias e entendemos que uma investigação deve sim ser instaurada”, explica.

“Na dúvida, não se pode favorecer os que estão sendo denunciados, mas sim a própria sociedade”, completa Assis.

O documento afirma que os elementos trazidos pelo delator denotam a suspeita de cometimento de condutas ilícitas gravíssimas que se contrapõem ao interesse do público.  Com base nisso, o texto defende que o procurador Rodrigo Janot não arquive as denúncias.

Assis afirma ser dever do Ministério Público, como fiscal da lei, dar uma resposta para a sociedade. “É importante frisar que não estamos pedindo a condenação de ninguém, pedimos apenas que as denúncias não sejam arquivadas”, explica.

O sindicato entende que o senador tucano também deveria defender a investigação.

“Se ele não tem nada a ver com as acusações que comprove. Ele como ocupante de um cargo público deve se apresentar e demonstrar que não tem qualquer responsabilidade por essas acusações mencionados na delação”, comentou.

O deputado estadual Rogério Correia e o deputado federal Padre João, ambos do PT, também solicitaram à PGR a reabertura do inquérito contra Aécio no âmbito da Operação Lava Jato, com base na delação premiada do doleiro Alberto
Youssef. O requerimento está no gabinete de Janot e espera análise.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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