Angelo D’Agostini: O preço da vida

Como trabalhador, usuário dos serviços públicos de saúde e militante do SUS, me entristece a decisão dos gestores da Santa Casa de São Paulo em fechar os portões do Pronto Socorro…

Como trabalhador, usuário dos serviços públicos de saúde e militante do SUS, me entristece a decisão dos gestores da Santa Casa de São Paulo em fechar os portões do Pronto Socorro da instituição e colocar simplesmente um segurança para informar a população de que não seria atendida.

Junto com os trabalhadores estaduais da saúde vinculados ao governo do estado de São Paulo temos sido obrigados a atitudes radicais, como a paralisação de serviço para minimizar a situação dos trabalhadores que proporcionalmente também tem dividas enormes para poder sobreviver. Atualmente o salário base é em média 500 reais (o restante são gratificações), o piso salarial do governo do estado (governador Geraldo Alckmin) é um salário mínimo regional, igualando salários de diversos profissionais, pois quem recebe abaixo do piso tem uma complementação, um profissional de nível universitário recebe cerca de 1.500 reais, e o vale refeição é de 8 reais.

E o governo do estado que agora diz que vai ajudar a Santa Casa trata desta forma os trabalhadores. Se seguíssemos a mesma lógica deveríamos parar também os serviços de urgência e emergência.

Porém, ao fazermos nossas greves e mobilizações nunca paramos esses serviços. Independente do impedimento legal desta atitude entendemos que nunca podemos por em risco vidas humanas. Fazemos uma triagem e atendemos os casos mais graves dialogando com a população e apresentando alternativas de atendimento. Nas 24 horas em que os serviços de urgência foram desativados pessoas poderiam ter morrido, como recentemente ocorreu em um hospital privado da capital paulista.

Defendemos que os serviços filantrópicos recebam os recursos necessários para manutenção de todos os serviços, porém respeitando a Lei de Acesso à Informação que no seu artigo segundo determina que os recursos públicos recebidos por entidades privadas sem fins lucrativos devem ter seu controle e transparência igual a todos e quaisquer recursos públicos. Desta forma a população poderá conhecer a situação destas instituições e apoiar iniciativas para ampliação das verbas públicas.

 

 

Angelo D’Agostini Junior é Secretário Sindical Nacional do PT

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