Apenas em 2015, quase 200 mil presos puderam sair para velar parentes

Dado mostra o quão desumanas e sem caráter foram as decisões do judiciário brasileiro que impediram Lula de se despedir de seu irmão Vavá, falecido terça (29)

Ricardo Stuckert

Enterro de Vavá, irmão mais velho de Lula

Lula foi impedido pelo judiciário brasileiro de se despedir de seu irmão Vavá, falecido na terça-feira (29). O direito do ex-presidente velar um parente próximo, cerceado em meio a um verdadeiro empurra-empurra jurídico, foi garantido para 175.325 presos apenas no ano de 2015, segundo informou o blog do Josias de Souza.

O novo arbítrio que se soma a longa lista de exceções no caso de Lula apenas agrava a certeza de que ele é um preso político. Pior, um preso político que sofre mais desmandos do que no período da Ditadura Militar, quando foi liberado para o velória de sua mãe, Dona Lindu.

Até mesmo para o jornalistas Josias de Souza, costumas detrator do PT, “é fácil perceber que os agentes públicos que sonegaram a Lula o direito de velar o corpo do irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, caminharam na contramão dos mais elementares sentimentos humanos”.

Desde o primeiro momento que a defesa pediu a liberação do ex-presidente para velar o irmão, ainda na manhã de terça-feira (29), a Justiça começou a série de arbitrariedades. Inicialmente, a juíza de execução penal Carolina Lebbos, pediu um parecer do Ministério Público Federal, e como resposta, o Procurador da República do Ministério Público Federal (MPF), Januário Paludo, enviou um breve texto no qual solicita relatório técnico antes de validar a soltura de Lula.

No fim da tarde de terça-feira (29) a defesa de Lula entrou com um pedido de habeas corpus no TRF-4, que acabou sendo negado às 5h da manhã de quarta-feira. Apenas às 12h40 desta quarta (30), o ministro Dias Toffoli emitiu uma liminar permitindo a Lula velar o irmão, mas apenas com a condição que fosse em uma unidade militar. O corpo de Vavá já era sepultado nesse momento.

O direito de visitar um parente próximo, como os pais, cônjuge, filhos ou irmãos, é garantido a qualquer pessoa presa no Brasil, porém, como a prisão de Lula é política, ele não tem direito nem mesmo a se despedir de um ente querido.

Da Redação da Agência PT de notícias

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