Bancada do PT vai propor a criação da CPI das Mineradoras

Em visita a Brumadinho presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, avisam que irão trabalhar duro para punir responsáveis pela tragédia

Ricardo Stuckert

Gleisi Hoffmann, Paulo Pimenta e outros parlamentares do PT em Brumadinho

Em visita ao local onde se rompeu a barragem de Brumadinho (MG), a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta, ficaram perplexos com o tamanho do estrago causado pela Vale do Rio Doce, considerado o maior acidente do gênero já registrado no mundo. Ainda que a dor das famílias e os danos ambientais jamais possam ser reparados, os parlamentares já avisaram que irão propor a criação da CPI das Mineradoras com o intuito de evitar tragédias semelhantes e punir os seus verdadeiros responsáveis.

Para a presidenta do PT, é urgente a necessidade de o poder público abrir uma ampla frente de investigação para que a catástrofe causada no interior mineiro (três anos após o acidente de Mariana) não se repita. “É muito importante que se tome providências contra a empresa por meio do poder público para que estas barragens tenham seguranças. Por isso é importante também fazer uma CPI. Precisamos saber o que está acontecendo e a forma como iremos atuar. A empresa precisa ser responsabilizada por isso”, avaliou Gleisi.

Local próximo de onde a barragem de Brumadinho se rompeu

Pimenta, que ficou indignado com o fato de o refeitório e a administração da empresa ficarem logo abaixo de onde se rompeu a barragem, foi além.  “Isso não é um acidente natural. Isso é um crime decorrente de um conjunto de fatores. É também o reflexo de um modelo de sociedade em que a vida não tem valor. A busca do lucro a qualquer custo. “.

O líder do PT na Câmara já avisou que a Vale do Rio Doce não poderá sair impune deste processo. “Esta é a lógica que nós temos que enfrentar. Aqui neste local certamente tem centenas de trabalhadores soterrados fruto da impunidade, da ganância. E é contra isso que temos que lutar.”.

No entanto, responsabilizar a empresa responsável pela barragem não tem caráter somente punitivo. Para Gleisi, o que mais preocupa é que acidentes como estes podem acontecer novamente a qualquer momento na mesma região: “Há um relatório em que 50 barragens são consideradas de risco e que podem se romper. Esta de Brumadinho não estava nesta lista. E são milhares de pessoas que estão ao entorno dessas barragens”.

Apoio e disposição para ajudar

Além de Paulo Pimenta e Gleisi Hoffmann, outros parlamentares da Bancada do PT também estiveram na comitiva que visitou o ponto inicial da tragédia de Brumadinho. Todos eles se dispuseram a colaborar no que for possível para diminuir a o sofrimento das centenas de famílias dilaceradas pelo descaso da Vale do Rio do Doce – privatizada em 1997 durante gestão de FHC, que a cedeu pela barganha de pouco mais de R$ 3 bilhões e que está à frente dos dois maiores crimes ambientais da história do país.

Corpo de Bombeiros trabalha em busca de corpos em Brumadinho

“O PT quer expressar toda solidariedade e se colocar à disposição para ajudar as famílias que viviam aqui. Estamos em conversas com o MAB (Movimento Atingidos por Barragens) e por meio deles estamos vendo como podemos ajudar neste momento tão difícil” antecipou Gleisi.  A MAB é uma das responsáveis pela campanha de arrecadação de fundos para as vítimas de Brumadinho e que mobilizou pessoas do Brasil inteiro para o envio de alimentos, roupas e outros itens de primeira urgência.

A presidenta também aproveitou para elogiar e agradecer agradecer o trabalho de todos que estão se dedicando muito no resgate dos corpos. “Queríamos agradecer o trabalho do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, todos os servidores públicos, policiais, que estão se dedicado muito para poder cumprir a sua função. É serviço público que está atuando aqui, inclusive do SUS. É importante que a gente saiba disso. São servidores públicos que estão trabalhando aqui”.

Também participaram da comitiva a Brumadinho os deputados Paulo Guedes, Rogério Correia e Margarida Salomão.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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