Banco do Brics vai contribuir para a retomada do crescimento na América Latina

Estudo da Comissão das Nações Unidas aponta para a necessidade de ampliar investimentos para que região volte a crescer

Os países da América Latina e Caribe crescerão, em média, 0,5% em 2015, com retração de 0,4% da América do Sul, de acordo com estimativa da Comissão Econômica da América Latina e Caribe (Cepal), das Nações Unidas, divulgada nesta quarta-feira (29). Para a Cepal, o Banco do Brics terá papel fundamental para a retomada do crescimento regional, por impulsionar investimentos, sobretudo em infraestrutura.

“Redinamizar o crescimento no curto e longo prazo é necessário para impulsionar o investimento público e privado em tempos complexos”, declarou a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, durante o lançamento do Estudo Econômico da América Latina e do Caribe 2015.

“Isto pode ser realizado com regras fiscais que protejam o investimento, recorrendo a parcerias público-privadas e a novas fontes de financiamento, como os bancos de investimentos e infraestrutura dos países BRICS, e mecanismos alternativos como bônus verdes e empréstimos triangulares”, acrescentou.  

A Cepal estima que o Brasil enfrentará retração de 1,5% no PIB, em relação a 2014. A análise coincide com a estimativa de -1,49% divulgada em relatório na semana passada pelo Ministério do Planejamento.

A Venezuela deverá ter queda de 5,5%, o pior resultado da região. De acordo com o documento, o resultado regional deve-se ao lento crescimento econômico mundial, influenciado pela desaceleração econômica da China e de outras nações emergentes que são parceiras comerciais dos países da América Latina e do Caribe.

A análise aponta que as trocas comerciais se manterão estagnadas, “no que já se transformou em um problema estrutural da economia mundial”. A menor demanda se soma à queda dos preços de produtos básicos e à maior volatilidade e incerteza dos mercados financeiros.

No cenário interno, a crise se explica pela redução de investimentos e pela desaceleração do consumo. “A redução da taxa de investimento e a menor contribuição da formação bruta de capital ao crescimento são preocupantes, já que não somente afetam o ciclo econômico, mas a capacidade e a qualidade do crescimento de médio e longo prazo”, alerta o estudo.

Medidas – A Cepal orienta os países a adotarem políticas que estimulem o investimento para recuperar a acumulação de capital e a produtividade econômica. “Por isso, é necessário estabelecer um marco de políticas públicas que promovam tanto o investimento público quanto o privado”, especifica. O estudo aponta como necessário melhorar o acesso de pequenas e médias empresas ao financiamento produtivo.

Em resposta à crise econômica, o governo brasileiro adotou uma série de medidas para a redução de gastos, conhecida como ajuste fiscal, lançou uma nova etapa do Plano de Concessões para atrair investimentos privados para o setor de infraestrutura e tenta avançar no Congresso Nacional a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), entre outras ações.

 Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

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