A LUTA CONTINUA
180 anos da Revolta dos Malês
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Foi num domingo, 25 de janeiro de 1835, há 180 anos, que aconteceu uma das mais simbólicas ações de resistência do povo negro da história do Brasil. Durante a madrugada, negros escravizados, em sua maioria mulçumanos chamados de nagôs, coordenaram o maior levante contra a escravidão no Brasil envolvendo mais de 600 rebeldes.
A peculiaridade desta revolta até hoje tem intrigado escritores e intelectuais acerca da sua característica; é notório que parte da sociedade não tem interesse de refletir e muito menos de celebrar este episódio. Mas o povo negro, todas e todos aqueles que militam pela supressão completa do racismo, e o nosso próprio governo que é fruto de um projeto vitorioso iniciado pelo Presidente Lula e que na Bahia demos continuidade com o governador Jaques Wagner e seguiremos com o Governador Rui Costa, têm muito para comemorar.
Temos certeza de que as experiências das diversas rebeliões que se espalharam na Bahia e no Brasil, desde Zumbi dos Palmares, passando pela Revolta dos Malês, pelas resistências dos mártires da ditadura militar serviram de inspiração para que fosse possível, neste país de muitas desigualdades e onde a exploração legalizada dos africanos e africanas durou quase quatro séculos, caminhar a passos firmes em direção de se tornar uma nação inclusiva.
Ainda temos muito que lutar e por isso afirmamos que a luta continua, porque ganhar eleitoralmente um governo não significa que resolveremos os graves problemas sociais brasileiros, problemas sociais estes que por mais que parte da sociedade não queira admitir são fruto da escravidão. Daí porque é absolutamente necessário que o nosso projeto político em curso evidencie datas importantes como os 180 anos da Revolta dos Malês, para que possamos avançar muito mais com a sociedade e principalmente que os negros e negras oprimidos em toda história possam viver em um Brasil livre do racismo.
Viva a Revolta dos Malês, por uma sociedade justa e igualitária!