Boa Vista: ex-reitor foca na educação e em programa participativo

Roberto Ramos, pré-candidato à prefeitura da capital de Roraima, diz que prioridades da cidade são educação mais integrada e democratização da mobilidade urbana

(foto: reprodução)

A atual prefeita da capital de Roraima, Boa Vista, é Teresa Surita (PMDB) – cargo que já ocupou por outras três oportunidades. Porém, os problemas básicos da cidade continuam sem solução: mobilidade urbana, educação, falta de incentivo ao turismo, alagamentos. Essa é a visão de boa parte da população e também a de Roberto Ramos (PT), pré-candidato à prefeitura da cidade nas eleições de 2016.

O petista entra entusiasmado na pré-campanha, porém sabe as dificuldades que deve enfrentar. Parte de seus concorrentes é representante de grupos poderosos da região.

“O poder econômico dos concorrentes é uma questão sempre difícil. Eles têm o controle da mídia e podem conduzir a campanha na base do clientelismo”, analisa.

Ele acredita, entretanto, que as comunidades estão abertas a uma conversa mais simples e direta, principalmente a juventude.

“A pré-candidatura pode ganhar notoriedade à medida que consiga implementar um ritmo de interação mais direto com o eleitor. É preciso mostrar algo de novo e diferente para o eleitorado, com atenção especial aos mais jovens”, afirma.

A sua relação aberta com a comunidade e com a juventude vem de longe. Ele foi reitor da Universidade Federal de Roraima durante oito anos. Entre suas marcas como reitor, está a de promover uma interação real e contínua com a comunidade estudantil e a sociedade.

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(foto: reprodução)

Educação pública
O pré-candidato petista é crítico do modelo de educação pública municipal da atual gestão. “A prefeitura vem com modelo importado. É um programa com pouca participação dos professores na estrutura de currículos e programas de aula”, analisa.

Para ele, a gestão de Surita está bem mais atrás dos resultados do que do próprio processo.

“A prefeitura vem com modelo importado (de educação). É um programa com pouca participação dos professores na estrutura de currículos e programas de aula”

A mudança necessária, pontua, é haver maior poder de decisão dos professores, pais e alunos. “É fundamental ouvir as demandas dos professores do ensino fundamental, saber deles quais são os pontos que precisam atacar para se construir uma educação de mais qualidade”.

Além dos docentes, ele diz que é necessária a capacitação dos servidores municipais de educação. A meta é atingir os indicadores esperados na qualificação dos alunos, a melhoria da infraestrutura das escolas e o desenvolvimento de novas tecnologias.

Mobilidade
“O transporte público é um dos problemas mais sérios que Boa Vista enfrenta. A prefeita já governou por quatro mandatos e não resolveu a questão”, afirma Ramos. De acordo com ele, a quantidade de ônibus é escassa, não atende a todos os bairros e há proliferação de lotações particulares para suprir a necessidade.

“O transporte público é um dos problemas mais sérios que Boa Vista enfrenta”

Além disso, destaca o pré-candidato, as áreas rurais do município são pouco assistidas pelo transporte público.

“Há muitas dificuldades de quem mora nessas regiões de se chegar no centro urbano. A área rural de Boa Vista é completamente desassistida de transporte coletivo. Para o cidadão ir a um posto médico ou a algum mercado na área urbana, só se chega com transporte próprio”.

Chuvas
O pré-candidato vê com insatisfação a alta quantidade de áreas que sofrem com o alagamento durante as fortes (e constantes) chuvas na capital. Ele explica que é necessário construir uma infraestrutura que permita um sistema de drenagem eficiente.

É fundamental também, diz Ramos, evitar que moradias sejam construídas próximas do rio Branco – que atravessa a cidade – e de seus igarapés. “Elas são importantes na paisagem do município, mas também na sua sobrevivência. A medida contribuirá para o desenvolvimento turístico e econômico da capital”.

A expectativa do pré-candidato é a de chegar ao segundo turno com uma proposta de esquerda e progressista. O importante, ratifica, é ouvir e interagir com a comunidade para, mais tarde, conquistar o pleito.

“Eu quero fazer um programa muito participativo. Quero ouvir de verdade a comunidade e resolver as questões do município de forma participativa. Não é possível achar que, sentado numa cadeira de gabinete municipal, se pode  solucionar tudo. Eu quero trabalhar”.

Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias

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