Bolsa Família com Dilma é 34% maior do que com modelo de Temer

Valor atual de R$ 182 no benefício seria de R$ 135 se o modelo golpista de limite de investimento social valesse desde 2011

Uma das provas de que o golpe para tirar do cargo a presidenta eleita, Dilma Rousseff, foi um atentado contra a população brasileira é o tratamento dado ao programa Bolsa Família. Se o governo golpista de Michel Temer estivesse estabelecido desde 2011, o valor do benefício seria de R$ 135, e não R$ 182 como é hoje (34% maior).

Os cálculos foram feitos pela ministra legítima do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Durante o Fórum Social e Parlamentar de Direitos Humanos e pela Democracia, realizado nesta quarta-feira (29), em Brasília, a ministra afirmou também que se a lógica do teto de gastos imposta por Temer valesse em todo o governo Dilma, em vez de R$ 78 bilhões para os benefícios sociais, o país teria apenas R$ 55 bilhões para esses investimentos.

“Equivale a um Bolsa Família inteiro a menos”, disse a ministra. “Isso mostra que o golpe não é contra a presidenta Dilma ou o PT. O golpe é contra a população brasileira. À medida que o golpe foi se concretizando, os véus foram caindo. Agora a gente pode dizer para o Temer: o conjunto da obra revela que é golpe.”

Foto: Lula Marques/Agência PT

Foto: Lula Marques/Agência PT

Além de Tereza Campello, que anunciou o site de acompanhamento do governo golpista chamado alertasocial.com.br, estiveram presentes a ministra legítima da Igualdade Racial, Nilma Lino Gomes, os ex-ministros Nilmário Miranda e Iriny Lopes e deputados federais dos partidos defensores da democracia e contra o golpe.

Na avaliação de Nilma Lino, o objetivo maior do golpe é justamente reduzir os espaços de participação para excluir os coletivos de representação social e criminalizar as minorias. “É um golpe parlamentar, midiático, de gênero, de raça e dos ricos”, afirmou.

“O golpe não é contra a presidenta Dilma ou o PT. O golpe é contra a população brasileira”, Tereza Campello

Iriny Lopes pontuou que os golpistas nem esperaram a definição final do processo de impeachment no Senado para acabar com os espaços de representação das minorias no governo. Ela ressaltou que esses espaços são frutos de construções demoradas e que envolveu amplos setores da sociedade.

“Essa turma do golpe tem interesse em pautas claras: a desnacionalização do patrimônio do país, a privatização, o desrespeito aos direitos sociais, a ofensiva sobre direitos dos trabalhadores”, disse Iriny. “Não cruzaremos os braços, vamos resistir.”

Na opinião do ex-ministro Nilmário Miranda, as eleições municipais que se avizinham também são um espaço para denunciar o golpe. “Nossa resistência, além de ativa, precisa ser altiva. Este é um golpe de raça, de classe, de gênero, contra políticas afirmativas e emancipatórias. As eleições também são um espaço para denunciar”, sustentou.

Entre os parlamentares que falaram, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) prometeu uma atuação permanente do fórum, enquanto Érika Kokay (PT-DF) enumerou as faturas a serem pagas pelo governo golpista.

Fátima Pelaes na Secretaria da Mulher é parte do pagamento da conta para os fundamentalistas. O pagamento da conta para a Fiesp vai ser feito com ataque a direitos trabalhistas. Para os ruralistas, as demarcações indígenas. O ataque à EBC é o pagamento da conta de uma mídia monopolista. Desconstruir a lógica de direitos é abrir para a lógica rentista. Está se pagando a conta diminuindo direitos sociais”, disse.

Por Camilo Toscano, da Agência PT de Notícias

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