Carlos Medeiros: Combater a Lulofobia que a mídia impõe  

A perseguição a Lula vem desde as greves no ABC durante a ditadura militar. Atacar Lula e o PT é atacar cada trabalhador e trabalhadora deste país

Ricardo Stuckert
Tribuna de Debates do PT

Lula em evento da União Nacional por Moradia Popular

Desde que um insurgente, pobre, arrimo de família, proletário e nordestino parou, durante o governo militar, todas as montadoras instaladas na época no ABC paulista, com uma greve geral por tempo indeterminado, o pânico tomou conta dos grandes industriários e banqueiros. Estes, há séculos exploravam mão de obra barata sem ninguém para cobrar melhorias para os trabalhadores e trabalhadoras.

Estava surgindo, para o mundo, Lula, o líder sindical da maior categoria do Brasil, os metalúrgicos.

Na visão da elite paulistana, Lula era um maltrapilho, beberrão de cachaça e iletrado, mas tinha um poder de levantar as massas indiscutível, com sua expertise, seu carisma e habilidade oratória.

Foi daí que Lula começou a ser demonizado pela grande mídia porque, claro, precisava defender os interesses de seus patrocinadores. Lula representava uma ameaça, pois tinha liderança entre os trabalhadores, muito mais que os capatazes das montadoras.

Essa perseguição a Lula partiu daí, e piorou quando Lula, Dona Marisa, intelectuais de esquerda, artistas e ex-presos políticos fundaram um partido que representasse e defendesse as classes trabalhadoras – o PT.

Então, podemos afirmar que Lula é um mito. Porque, mesmo com toda essa perseguição virulenta, foi deputado constituinte e, após três tentativas de ser presidente em um país habituado com a política do “café com leite”, foi eleito na quarta tentativa.

E foi tão bom que o PT só caiu após ser derrubado por meio de um golpe de Estado, que nós alertávamos desde 2004.

Seu governo conseguiu provar que os seus antecessores mentiam ao dizer que “melhorar salários e a vida dos trabalhadores e trabalhadoras era impossível”, e desmontou a tese de que essas melhorias de base não cabiam no Orçamento da União, mas cabiam, por exemplo, para socorrer banqueiros com o famigerado PROER.

O segundo mandato de Lula ainda foi melhor, pois saímos do mapa da fome, o salário mínimo, que equivalia a 100 dólares na época de FHC, subiu pela primeira vez acima da inflação, numa média de 300 dólares.

Mas a mídia tinha que continuar fazendo o seu papel: defender o patronato, que lhe rende fortunas em assinaturas e mercado publicitário, em detrimento dos trabalhadores ou seu representante, sua voz.

Atacar Lula e o PT é atacar cada trabalhador e trabalhadora deste país. Mas, eles ganham para isto.

Resta ao partido tomar medidas que possam mudar esse roteiro. Já que não houve a regulação da mídia, ela pode continuar manipulando as notícias contra Lula, o PT e seus dirigentes sem ser molestada.

Pedir indenização ou direito de resposta, no Brasil, onde o ódio foi a mola propulsora para o golpe de 2016, pouco tem serventia. Os empresários pagam a indenização sorrindo, o estrago na imagem já foi feito e os resultados recolhidos.

Como alternativa, vejo a criação de uma Secretaria de Militantes Virtuais para solapar a força da direita odiosa, que nos superou nesse campo.

Vejo canais de youtubers com 100 mil inscritos e vídeos de até 700 mil visualizações pregando o ódio contra o PT e as esquerdas, como se o cidadão soubesse sobre os girondinos e jacobinos: 14 mil pessoas gostam, contra apenas 400.

Existem milhares de jovens militantes do partido que podem mudar esse quadro de horror.

Oficinas para ensinar como fazer vídeos com assuntos pertinentes, responsáveis, subir para as plataformas e pedir para compartilhar. Essa é a única logística das redes sociais.

Por Carlos Medeiros, jornalista e fotógrafo, de Icapuí (CE), para a Tribuna de Debates do PT.

 

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