Centrais pressionam senadores sobre reforma trabalhista

Reunião das centrais sindicais também definiu palavra de ordem “em defesa da Previdência Social e dos direitos trabalhistas” para marcha do dia 24

Alessandro Dantas/PT no Senado

Vagner Freitas fala a senadores em reunião

Os presidentes das centrais sindicais se reuniram, nesta quarta-feira (17), com um grupo de senadores para fazer pressão sobre a votação da reforma trabalhista proposta pelo governo de Michel Temer. A previsão é que o texto seja votado até o fim de maio.

Além dos sindicalistas, participaram do encontro para debater o conteúdo da reforma os senadores da bancada do PT Gleisi Hoffmann (PT-PR), Paulo Rocha (PT-PA), Paulo Paim (PT-RS) e Lindbergh Farias (PT-RJ), e também Renan Calheiros e Kátia Abreu, ambos do PMDB.

Freitas defendeu ser necessário promover audiências públicas em todo o país, conforme sugerido por Paim, e não impedir a tramitação do projeto de lei em todas as comissões da Casa, como quer Temer. “Eu não sou contra explicitar a proposta, sou contra enganar o povo”, disse o presidente da CUT.

“Primeiro, eu não vim aqui alinhavar para o senhor senador quais são os pontos que devem ser modificados nesse projeto, porque esse projeto é de uma truculência, um desastre tão grande, que parte de uma concepção que é da desregulamentação total do mercado de trabalho brasileiro”, disse Freitas, dirigindo-se a Renan Calheiros, que convidou os presidentes de todas as centrais para a reunião.

O presidente da CUT defendeu que o projeto da reforma trabalhista “parte do princípio de acabar com a contratação entre sindicato e empregador e estabelece a contratação direta entre trabalhador e patrão”. Para ele, a reforma irá “jogar o trabalhador para negociar individualmente a sua contratação com o patrão sem a presença do sindicato e sem o apoio da Justiça do Trabalho”.

Freitas ainda afirmou que há uma prática antissindical fluente no país e que “a CUT não concorda com o imposto sindical como ele é”. Ele pleiteou um espaço mais amplo de debate no Senado e afirmou que vai continuar o processo de mobilização.

“Aceitaremos o convite para negociar com o Senado sempre que formos chamados, mas pretendemos uma total mudança nesse projeto porque ele é devastador do início ao fim”, afirmou.

Em audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais, o presidente da CTB, Adilson Araujo, afirmou que as “reformas de Michel Temer acabam com o futuro da próxima geração”. Confira a fala na íntegra:

#OcupeBrasília contra as reformas de Michel Temer

#CTBContraAReformaDaPrevidênciaEm audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos e de Assuntos Sociais, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirma: "Reformas de Michel Temer acabam com o futuro da próxima geração". Assista??????

Publicado por CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Quarta, 17 de maio de 2017

Marcha a Brasília

Ainda nesta quarta (17), as centrais sindicais se reuniram para fechar os últimos detalhes da marcha da classe trabalhadora em Brasília no dia 24 de maio. Estiveram presentes CTB, CUT, UGT, Nova Central, Força Sindical, Intersindical, CGTB, CSB e CSP-Conlutas.

Com a bandeira “em defesa da Previdência Social e dos direitos trabalhistas”, a 9ª Marcha Unificada das Centrais espera ocupar Brasília com mais de 100 mil trabalhadores e trabalhadoras.

“As centrais estão empenhadas em construir a marcha em Brasília. Tal como foi o 28 de abril, o dia 24 de maio confirmará que o povo não aceita as reformas propostas por Michel Temer”, ressaltou o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes.

“Vivemos um período importante e a unidade na palavra de ordem galvanizou a luta em curso. O movimento sindical brasileiro está unificado contra o fim da aposentadoria, dos direitos trabalhistas e contra a terceirização. É essa unidade que construiu o dia 15 e 31 de março grandes jornadas nacionais de luta e o dia 28 de abril, a maior greve geral já realizada no Brasil”, avaliou Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB.

Nivaldo destacou o empenho geral do movimento sindical e dos movimentos sociais em torno da marcha no dia 24 de maio. “Temos convicção que repetiremos esses resultados com a marcha em Brasília. E se o governo Temer não recuar com as reformas, colocaremos na ordem do dia uma nova greve geral em defesa dos direitos”, avisou.

Da Redação da Agência PT de notícias

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