Centrais se mobilizam em Brasília contra reforma trabalhista

Entidades farão pressão para cobrar senadores que nesta terça (11) votarão Projeto de Lei Complementar que destrói os direitos garantidos pela CLT

Lula Marques/Agência PT

Centrais sindicais se mobilizam em Brasília no dia da votação da reforma trabalhista

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) estarão mobilizadas em Brasília contra a aprovação da Reforma Trabalhista, que será votada no Senado nesta terça-feira (11), a partir das 11h. Representantes de ambas as entidades estão na capital federal desde o início desta segunda-feira (10), com o objetivo de pressionar parlamentares. Uma Marcha Contra os Assassinos de Direitos foi convocada pela CUT, com concentração no Espaço do Servidor, no Senado federal, a partir das 10h.

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, “é uma reforma de um governo corrupto, de um presidente indiciado. Os senadores não podem medir sua atuação para morrer abraçados com um governo que já acabou. Vamos denunciar esses senadores publicamente como traidores da classe trabalhadora e eles não retornarão ao senado ano que vem”.

Freitas também destacou a importância de que todos os sindicatos atendam a convocatória e compareçam com suas delegações para acompanhar a votação. Ele ainda reformou a necessidade de constranger os senadores em suas bases eleitorais, seja presencialmente, sela pela ferramenta “Na Pressão”.

“O mais importante é manifestação nas casas de senadores que estarão viajando para Brasília. Estar nos aeroportos, nas casas deles, em suas bases eleitorais, nas cidades onde tem cuidado com o eleitor. É importante a presença da nossa militância na saída do senador da casa dele e na chegada em Brasília”.

A CTB-SP também levará uma caravana com representantes de seus sindicatos para a manifestação no Senado. O presidente da entidade, Rene Vicente, afirma que dia 11 será um dia histórico, pois estão ameaçados direitos conquistados ao longo de décadas de luta.

“Direitos consagrados na CLT estão ameaçados por um governo ilegítimo e um Senado altamente conservador! Por isso é fundamental a mobilização das centrais rumo a Brasília no dia 11 para pressionar o Senado e defender os direitos da classe trabalhadora”, afirma Rene.

O presidente nacional da CTB, Adilson Araújo, também chegou em Brasília nesta segunda para se reunir com parlamentares. “Os direitos da classe trabalhadora não podem ser transformados em moeda de troca, sob pena de traição aberta aos interesses maiores da classe”, afirmou. “A CTB reitera sua orientação: luta sem trégua e sem fronteiras em defesa da CLT, da Previdência, da democracia e da soberania nacional.”

Tramitação da reforma

A votação da reforma trabalhista, considerada como desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ocorre nesta terça-feira no plenário do Senado, a partir das 11h. O Projeto de Lei Complementar (PLC) 38/2017 será votado na forma do texto aprovado pela Câmara dos Deputados. A tramitação da matéria segue em regime de urgência, apesar dos esforços do PT e da oposição para resistir ao atropelo. Se o texto for aprovado sem alterações, segue direto para sanção do golpista Michel Temer, que prometeu vetar seis pontos para comprar o apoio de parte dos parlamentares e da Força Sindical.

O PLC já passou pelas comissões de Assuntos Econômicos e de Constituição e Justiça, onde foram aprovados pareceres favoráveis ao texto da Câmara. Já na Comissão de Assuntos Sociais foi aprovado voto em separado do senador Paulo Paim (PT-RS) pela rejeição da proposta. O relatório que deverá ser votado pelos senadores em plenário será o aprovado na CAE, do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).

Segundo levantamento feito pelo site The Intercept Brasil, durante a discussão do projeto na comissão especial da Reforma Trabalhista na Câmara, das 850 emendas apresentadas por 82 deputados, 292 (34,3%) foram integralmente redigidas em computadores de representantes da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística). O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma na comissão especial, decidiu incorporar 52,4% dessas emendas, total ou parcialmente.

 

Da Redação da Agência PT de notícias

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