Clima econômico atual tem muita influência da oposição, acredita Lindbergh

O parlamentar petista lembrou que, desde o início do segundo mandato da presidenta Dilma, a oposição mantém a ideia fixa de impeachment e não de uma saída para a crise

O cenário atual de alta nos índices de desemprego e da inflação tem, de certa forma, uma parte de responsabilidade por parte de uma oposição brasileira. É o que acredita o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Em discurso ao plenário, nesta terça-feira (3), o parlamentar petista lembrou que, desde o início do segundo mandato da presidenta Dilma, a oposição mantém a ideia fixa de impeachment e não de uma saída para a crise.

“Esse processo da oposição está tendo influência, sim, no clima econômico, na recuperação de confiança”, disse Lindbergh. Para ele, a imagem passada para a população é a pior possível, uma vez que, no meio da crise política, há a piora dos serviços públicos, o aumento do desemprego, as constantes denúncias de corrupção e a inflação alta. “E ele [o cidadão] olha para Brasília [e vê] só briga. É como se fosse uma briga pelo poder desmedida, sem noção”, criticou.

Segundo o parlamentar, se houver não mudanças, haverá um agravamento da crise econômica e social, com consequências para a democracia brasileira. “Por isso, nesse grau de alienação em que vive parte do País, chamo a atenção do governo, do meu partido, o PT, para que a gente consiga fazer a virada na economia, de forma a preservar os empregos e o crescimento econômico”.

Política econômica – Lindbergh lembrou ainda que sempre foi crítico à atual política econômica adotada no País. Na visão dele, o prazo brasileiro para superar a crise “está encurtando”, ainda mais com as projeções de aumento de desemprego até 2016. “Se alguém acha que vamos conseguir segurar as rédeas desse País com 12% de desemprego no meio do ano… Nós sabemos como vai ser difícil, porque é uma regressão violentíssima [em relação] há um ano e meio”, afirmou.

Um dos principais pontos atacados pelo parlamentar, em relação às ações na economia, é atual taxa de juros da Selic, que está em 14,75%. Segundo relatório do Banco Central, do atual déficit de 9,5% das contas públicas desde setembro do ano passado, 8,89% correspondem a pagamento de juros. “Pagamos no período R$ 510 bilhões de reais de juros. O orçamento da saúde é de R$ 100 bilhões, da educação é pouco menos de R$ 100 bilhões”, criticou Lindbergh.

O senador lembrou que os juros nominais acumularam R$ 408 bilhões este ano, quase o dobro dos R$ 209 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Outro aspecto criticado pelo parlamentar foi o aumento de diversas tarifas de uma vez só, que afetaram no preço da gasolina e da energia elétrica, por exemplo. “Não precisava fazer um choque de tarifas de uma vez só. Aquilo derrubou a popularidade da presidenta Dilma e colocou a inflação nesses níveis. Nós poderíamos ter feito uma operação mais gradual”, acredita Lindbergh.

“Temos que de alguma forma, ao invés do samba de uma nota só do ajuste fiscal, voltar a pensar em crescimento econômico, em preservação do emprego, porque a crise é muito maior do que a gente está pensando. E o alerta é que essa crise vai pegar em cheio a política de uma forma geral”, alertou o senador.

Do PT no Senado

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