Com discurso de austeridade, Temer amplia gastos para pagar golpe

Interino golpista promove farsa fiscal, segundo senador Humberto Costa (PT-PE). Temer afirma que vai reduzir despesas, mas está sangrando orçamento

Foto: Lula Marques/Agência PT

Para “pagar a conta” do golpe, o presidente golpista Michel Temer (PMDB) está ampliando indiscriminadamente os gastos públicos, na tentativa de resgatar a popularidade de um governo ilegítimo.

Em maio, assim que assumiu, Temer elevou a meta de gastos públicos e conseguiu sua aprovação no Congresso Nacional. A meta em vigor era de um superávit (receitas superam gastos) de R$ 24 milhões.

A equipe de Dilma já havia enviado ao Congresso uma proposta para revisar esse número, estipulando um déficit de R$ 96 bi. Quando assumiu, Temer ampliou esse déficit para R$ 170,5 bilhões, e conseguiu a aprovação do Congresso.

Contraditoriamente, o presidente golpista vende o discurso de que vai implantar a austeridade. “Temer está promovendo uma verdadeira farsa fiscal”, afirma o senador Humberto Costa (PT-PE).

Segundo o senador, apesar de utilizar a retórica da austeridade, Temer ampliou o déficit deste ano porque queria do Congresso um cheque em branco para ampliar os gastos de acordo com as suas conveniências.

Veja abaixo algumas das medidas controversas de Temer:

Emendas parlamentares:
Em junho, o presidente interino bateu recorde de gastos com emendas parlamentares desde as últimas eleições. Temer gastou R$ 699 milhões com verbas destinadas a deputados e senadores. Até então, o maior valor gasto com emendas havia sido em abril: R$ 290 milhões.

Para pagar a conta do golpe, Temer mais do que dobrou os gastos liberados para os congressistas.

Ajuste para servidores
Uma série de medidas para reajuste de servidores públicos também devem impactar os cofres públicos.

Uma delas foi o reajuste de até 41,47% para os servidores do Judiciário, de 12% para analistas e técnicos do Ministério Público da União e de 17% para os Ministros do Supremo Tribunal Federal. No STF, o impacto terá efeito cascata porque impõe o teto para o salário de servidores, que subirá para R$ 39,3 mil. Com isso, o impacto será de R$ 720 milhões até 2017, segundo o jornal Nexo.

Já para os militares, o reajuste para os 363 mil servidores terá um impacto de R$ 14 bilhões até 2018. Além disso, 673 mil servidores da ativa e aposentados do governo federal também receberão reajuste, com um impacto de R$ 19,7 bilhões até 2019.

Bolsa Família
A longo prazo, Michel Temer (PMDB) indicou que quer reduzir o programa Bolsa Família para os 5% mais pobres, retirando o benefício de mais de 10 milhões de famílias. Porém, enquanto tenta angariar alguma popularidade para seu governo ilegítimo, Temer elevou o reajuste do Bolsa-Família para 12,5%.

“Hoje, depois de nós insistirmos que era um absurdo não darem reajuste, eles deram. Eles não deram antes porque não têm compromisso com o povo. É um reajuste muito pequeno diante do reajuste que eles deram dentro do funcionalismo público. Acho absoluta irresponsabilidade fiscal e uma injustiça”, criticou a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) em entrevista ao SBT.

Renegociação da dívida dos Estados e Municípios
Em troca de apoio no Congresso, Temer fechou uma proposta de renegociação da dívida com Estados e Municípios. Segundo reportagem do El País, o governo deixará de receber 50 bilhões de reais dos débitos por causa dessas alterações, que incluem revisão do indexador (índice que reajuste a dívida) e redução nas parcelas pagas.

Ajuda para o Rio de Janeiro
Em junho, o Rio de Janeiro decretou  Estado de Calamidade Pública com o argumento de atravessar uma grave crise financeira. Por causa disso, Temer enviou R$ 2,9 bilhões ao Estado.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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