Contra dados oficiais, Temer vai à ONU e diz que Brasil aumentou empregos

O golpista abriu os discursos dos chefes mundiais na 73ª Assembleia Geral da ONU e contou feitos de seu governo que não aconteceram, como o fortalecimento de programas sociais

Beto Barata/PR

Temer faz o discurso de abertura da 72ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)

O último discurso de Michel Temer na ONU aconteceu nesta terça-feira (25), na 73ª Assembleia Geral, em Nova York. O golpista encerrou sua participação em sessões da Organização das Nações Unidas da mesma forma que chegou ao governo no Brasil: omitindo fatos.

Em seu discurso Temer se despediu e disse estar orgulhoso de realizações de sua administração que fizeram o país crescer. Em mais um de seus equívocos, essa realidade só consta em seu pronunciamento.

“Dissemos não ao populismo e vencemos a pior recessão de nossa História. […] Recolocamos as contas públicas em trajetória responsável e restauramos a credibilidade da economia. Voltamos a crescer e a gerar empregos. Programas sociais antes ameaçados pelo descontrole dos gastos puderam ser salvos e ampliados. Devolvemos o Brasil ao trilho do desenvolvimento. O país que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi”.

As falas de Temer não condizem com o que seu governo realmente realizou. Uma administração que empurrou 23,3 milhões de pessoas para a pobreza, que retirou direito dos trabalhadores, que deixou 13 milhões de desempregados e que congelou investimentos públicos por 20 anos, além de promover corte de 50% no programa Bolsa Família, paralisar obras do Minha Casa Minha Vida por todo o país e fazer a economia nacional encolher em até 3,3% em maio desse ano.

No início de seu discurso, Temer declarou que três pontos devem ser combatidos pela comunidade internacional: “isolacionismo”, intolerância, unilateralismo. Em sua fala, o ilegítimo citou a imigração de venezuelanos e afirmou que é dever do Brasil defender os direitos dos refugiados, mas esqueceu de mencionar o estado de Roraima, centro de uma crise imigratória no Brasil, e as medidas adotadas pelo seu governo para controlar os conflitos, como a autorização de forças armadas no local e o plano de utilizar senhas para limitar a entrada dos venezuelanos no país.

“O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência […] Emitimos documentos que os habilitam a trabalhar no País. Oferecemos escola para as crianças, vacinação e serviços de saúde para todos. Mas sabemos que a solução para a crise apenas virá quando a Venezuela reencontrar o caminho do desenvolvimento”.

Temer também anunciou que seu governo muito fez em nome dos Direitos Humanos e que o país tem trabalhado pela defesa da democracia. O mesmo já foi denunciado à ONU por violar os direitos humanos no país ao colocar o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos em secretarias subordinadas ao Ministério da Justiça e Cidadania, causando perda de garantias expressas na Constituição. Além disso, Michel também acabou com direitos dos trabalhadores ao aprovar a Reforma Trabalhista.

Ao final de sua declaração, Temer falou sobre as eleições no Brasil e o direito de – como país democrático –  o povo escolher seus líderes. “Em duas semanas, o povo brasileiro irá às urnas. Escolherá as lideranças políticas que dirigirão o Brasil a partir de janeiro de 2019. Assim determina nossa Constituição, assim tem sido nos últimos quase trinta anos e assim deve ser. Porque todo poder emana do povo. Porque a alternância no poder é da alma mesma da democracia. E a nossa, senhoras e senhores, é uma democracia vibrante, lastreada em instituições sólidas”.

Michel Temer ignorou o fato de ter assumido o governo através de um golpe parlamentar e não por decisão democrática da população que contrariou 54 milhões de eleitores. O último discurso de Temer foi um reflexo direto de seu governo irresponsável, que agride e ignora o povo e mente descaradamente.

Por Redação da Agência PT de Notícias

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