CPI do HSBC vai solicitar dados ao governo Francês

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo também deve ser ouvido na próxima sessão da comissão

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do HSBC pedirá ao governo francês que libere o acesso a lista de dados de mais de oito mil nomes de brasileiros donos de conta no banco na Suíça. Os jornalistas Fernando Rodrigues, do “Portal Uol”, e Chico Otávio, do Jornal “O Globo”, responsáveis por reportagens sobre o caso, negaram divulgar os dados para a CPI.

Durante depoimento na comissão, nesta quinta-feira (26), os jornalistas sugeriram que o Congresso peça os dados diretamente ao governo da França, país que hospedou a filial do banco. O Presidente da Comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA), disse que irá se reunir com a embaixada francesa nos próximos dias.

A comissão aprovou hoje o convite para ouvir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a atuação do governo federal para esclarecer o caso. Por se tratar de um convite, ele não é obrigado a comparecer.

Devem ser ouvidos também na próxima audiência, marcada para quarta-feira (1º), o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antonio Gustavo Rodrigues; e o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, que não pode comparecer na audiência de hoje.

O jornalista Fernando Rodrigues disse temer os reflexos da divulgação da lista de correntistas e negou repassar a informação alegando ser “responsabilidade demais”.

“Seria uma temeridade da minha parte, sabendo como funciona o Congresso Nacional, depois de tantos anos cobrindo as coisas da política em Brasília, compartilhar esses dados. E, além do mais, esses dados estarão disponíveis prontamente à CPI pelo meio oficial, que é o governo francês”, justificou.

Segundo Rodrigues, os jornalistas divulgam os dados que é de interesse público, unido à relevância jornalística. Os depoentes afirmaram ter divulgado apenas nomes de pessoas que foram citadas nas investigações, com expressão social, atuam de maneira pública ou vivem da exposição de seus nomes. “Não há interesse em divulgar tudo sem critério, como fez o Wikileaks, até porque existem pessoas que mantêm contas no país sem cometerem nenhum crime”, afirmou.

Chico Otávio e seu colega de profissão afirmaram à CPI que dos 140 nomes divulgados, apenas quatro comprovaram a legalidade das contas e apresentaram documentos ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. Os dois repórteres ressalvaram, no entanto, que não há nenhum indício de ilegalidade na abertura das contas no banco até o momento.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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