Crise na Petrobras foi fachada para vender ativos, diz Fontana

O deputado argumentou que esse foi o motivo do governo ilegítimo adotar essa política de preços irresponsáveis que levou abaixo a economia do país

Gustavo Bezerra

Henrique Fontana (PT-RS): “Aplicar a mão de ferro com o teto de gastos para o ano de 2021 é uma irresponsabilidade com o povo brasileiro, porque nós colocaremos o país numa profunda e gravíssima crise social”

O deputado Henrique Lula Fontana (PT-RS) usou a tribuna da Câmara mais uma vez, nesta semana, para criticar e pedir mudanças na política de preços da Petrobras. Ele citou artigo do economista Cláudio Oliveira, concordando com a sua avaliação de que a crise na estatal foi inventada para justificar a venda de ativos da petrolífera. “Aliás, esse é o motivo pelo qual o governo Temer e Pedro Parente adotaram essa política suicida e irresponsável de dolarização e de liberação dos preços dos combustíveis no País, que levou nossa economia à lona e à paralisação legítima dos caminhoneiros que estavam com sua atividade totalmente inviabilizada”, afirmou.

Fontana enfatizou que o economista cita em seu artigo a série histórica de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016, nas quais a geração operacional de caixa da Petrobras, em todos esses anos, sempre foi semelhante: US$ 27 bilhões, US$ 26 bilhões, US$ 26 bilhões, US$ 25 bilhões e US$ 26 bilhões. “Portanto, não há nenhum motivo para o discurso que utilizam de uma suposta quebra da Petrobras. Na verdade, falam isso para justificar aquilo que estão fazendo”, reforçou.

A 4ª Rodada de Partilha da Produção no pré-sal, ocorrida na última quinta-feira (7), também foi lembrada pelo deputado Fontana. “O que vimos mais uma vez foi um crime de lesa-pátria consolidado na entrega de campos de petróleo com 19 bilhões de barris pela bagatela daquilo que se chama o valor que a empresa paga no contrato, depois vem o excedente em óleo — de 3,2 bilhões de barris”, lamentou. A Petrogal Brasil, a Statoil Brasil O&G, a ExxonMobil Brasil, a Chevron Brazil e a Shell Brasil assumiram esses campos de petróleo que, na avaliação do parlamentar gaúcho, deveriam estar sendo operados pela Petrobras, que deveriam continuar sendo dos brasileiros.

Refinarias

O deputado Henrique Lula Fontana defendeu ainda que o governo brasileiro determine que as refinarias de petróleo da Petrobras voltem a trabalhar a pleno vapor. Ele citou que o País está importando diesel R$ 0,40 mais caro do que o custo para produzir diesel aqui mesmo no Brasil. Destacou ainda que nós temos refinarias com um terço da sua capacidade ociosa, porque o atual governo, na verdade, quer tornar a Petrobras atraente para vender as refinarias brasileiras.

Este, explicou Fontana, é o grande jogo da explosão de preços dos combustíveis. É abrir o mercado brasileiro para a gasolina cara, gás de cozinha caro, diesel caro, para que as multinacionais venham comprar, para ter lucros maiores. “Aliás, o presidente Temer, criminosamente, assinou um decreto e nós estamos fazendo um decreto legislativo para sustá-lo, porque ele quer entregar as refinarias sem nenhum certame público. É um escândalo!”, alertou.

Caminhoneiros

O deputado do PT gaúcho falou também da recente greve dos caminhoneiros, que ele considera que foi uma paralisação cívica, que colocou a política de preços da Petrobras sob a discussão da Câmara e do Brasil. “A causa principal da crise dos combustíveis foi a política de preços que privilegiou a expansão dos lucros dos acionistas da Petrobras que compraram ações na bolsa de Nova York, em detrimento de uma política de preços adequada para garantir condições da economia brasileira andar no trilho do crescimento, para garantir que o setor de transporte rodoviário possa operar em normalidade no País”, afirmou.

O parlamentar apontou como saída para a crise a diminuição do preço da gasolina, do diesel, do gás de cozinha, por meio da redução do lucro da Petrobras, e não com a retirada de recursos da saúde, da educação e de obras fundamentais para o País. Fontana também voltou a defender a tabela de remuneração mínima de fretes no Brasil.

Por PT na Câmara

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