Ctrl-Seca + Ctrl-V: Alckmin pede ajuda para obras já anunciadas

Das oito obras apresentadas à Dilma, cinco tinham sido prometidas à população. Governo de São Paulo quer R$ 3,5 bilhões para financiar pacote

Seca de ideias: passadas as eleições, Alckmin pede ajuda para o que tinha prometido

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do PSDB, se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff na segunda-feira (10) e pediu ajuda do governo federal para financiar oito obras hídricas no estado. Apesar de não ter apresentado projetos para as construções, conforme informado pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, Alckmin havia anunciado anteriormente cinco obras do pacote à população.

O pacote de obras, no valor de R$ 3,5 bilhões, prevê a interligação dos reservatórios Atibainha e Jaguari; as barragens Pereira e Duas Pontes; o Sistema Adutor Regional de água bruta para as bacias do Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí; e a interligação do Rio Pequeno com o Reservatório Rio Grande, na represa Billings.

Além disso, fazem parte das obras a construção de duas estações produtoras de água de reuso para reforço do Sistema Produtor Guarapiranga e do Sistema Produtor Baixo Cotia; a adutora emergencial Jaguari-Atibaia para reforço da captação de Campinas; e a perfuração de poços em área de afloramento do Aquífero Guarani e adução para bacias PCJ.

Uma das obras anunciadas antes pelo governo paulista é a interligação do reservatório de Jaguari ao Atibainha. Em março, o governador informou que a construção estava em processo de aprovação. A justificativa apresentada ao governo federal foi a de que o projeto aumentará a segurança da oferta hídrica e a capacidade de reserva das duas bacias. O prazo de execução das obras é de 14 meses, ao custo de R$ 830 milhões.

Em maio, o governador tucano prometeu dois projetos aos paulistas, antes mesmo de ter recursos para as construções. As obras anunciadas foram a construção das barragens de Pedreira, na divisa dos municípios Campinas e Pedreira, e Duas Pontes, em Amparo, e o sistema adutor regional de água bruta para as bacias do Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí.

A barragem de Pedreira custará R$ 760 milhões e tem a finalidade de aumentar a oferta de água para abastecimento público em benefício de mais de cinco milhões de habitantes. No sistema adutor regional serão investidos R$ 367 milhões para distribuir parte das vazões dos dois reservatórios.

As estações produtoras de água de reuso para reforço dos sistemas produtores Guarapiranga e Baixo Cotia também foram anunciadas por Alckmin sem que os recursos previstos tivessem sido libertados. As obras, no valor de R$ 525 milhões, foram divulgadas no início de novembro, cerca de uma semana antes da reunião com a presidenta Dilma.

Novidades – Entre as obras ainda não prometidas está a interligação do Rio Pequeno com o Reservatório Rio Grande, no valor de R$ 500 milhões. Segundo o governo paulista, a construção aumentará a oferta de água para abastecimento na região do ABC e permitirá reduzir a área atendida pelo Sistema Cantareira.

A adutora emergencial Jaguari-Atibaia e a perfuração de poços em área de afloramento do Aquífero Guarani também constam entre as novidades do pacote de obras.

A construção da adutora custará R$ 150 milhões e deverá ser finalizada em nove meses. A previsão é aumentar a oferta de água nos períodos de baixas vazões. A perfuração de poços foi orçada em R$ 350 milhões.

Após a reunião com a presidenta Dilma, em Brasília, Alckmin informou que algumas das obras devem ser concluídas em 2015, enquanto outras levarão entre 14 e 18 meses para serem finalizadas. Um grupo de trabalho formado por ministros e secretários do governo de São Paulo se reunirá na próxima segunda-feira (17) para discutir a viabilidade das construções.

“O governo de São Paulo precisará do máximo que (o governo federal) puder dar. Pode ser recurso a fundo perdido, do Orçamento Geral da União, ou pode ser financiamento, e nós temos uma boa capacidade de financiamento,” disse o governador à imprensa.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

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