Cultura machista usa violência para subjugar mulher, afirma Laisy

Secretária nacional de Mulheres do PT classificou como uma barbaria o estupro coletivo a uma adolescente de 16 anos, ocorrido no Rio de Janeiro

A secretária nacional de Mulheres do Partido dos Trabalhadores, Laisy Morière, classificou como uma barbaria o estupro coletivo a uma adolescente de 16 anos, ocorrido no Rio de Janeiro.

“Quando acontece uma barbaria, porque o que aconteceu não é normal, a sociedade fica em choque, só que a cultura do estupro como uma coisa ‘normal’ existe na sociedade brasileira”, afirmou Morière em entrevista à Agência PT de Notícias nesta segunda-feira (30).

Segundo ela, esses casos mais chocantes viram notícias, mas logo desaparecem. Porém, os estupros continuam acontecendo. As estatísticas corroboram a afirmação de Laisy. Uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos, de acordo com estatística recolhida pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

“Isso com base nos casos que são denunciados”, alertou Morière, lembrando que apenas 30% a 35% dos casos de violência sexual são registrados.

Para a secretária de Mulheres do PT, a violência contra a mulher é uma forma da sociedade patriarcal e machista dizer à mulher que o lugar dela na sociedade é de submissão e não em local de poder.

“A cultura da violência sexual contra as mulheres é uma forma da sociedade capitalista, machista e patriarcal dizer para as mulheres que elas nasceram para ser submissas. É a visão da mulher como objeto. Isso está impregnado na sociedade brasileira. E a gente precisa fazer todo o esforço para que isso acabe”, afirmou.

O momento pelo qual o Brasil está passando, com o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff é, para Laisy Morière, uma forma de violência contra a mulher e segue a lógica de que as mulheres não devem ocupar cargos de destaque e decisão.

“Porque não tem nenhuma prova concreta que ela tenha cometido qualquer crime. Então é uma violência, não é uma violência física, mas é uma violência. Não apenas contra Dilma, mas contra todas as mulheres do Brasil”, destacou.

Segundo ela, “o impedimento de Dilma, seu afastamento do Planalto é uma forma da cultura patriarcal e machista nos dizer que não podemos ser presidente da República, não podemos ter cargo de poder de decisão, não podemos ter independência econômica financeira”.

Governo golpista e machista
O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer “mostra o conservadorismo da elite brasileira, porque é um governo da elite” e representa esse ataque às mulheres.

Para Laisy, as ações do golpista Temer são mais uma prova que esse golpe contra Dilma é um golpe contra as mulheres, porque tem sido um governo de retirada de direitos das mulheres.

“O compromisso com as mulheres, com a luta e a causa das mulheres está muito longe desse governo golpista, ilegítimo, interino. Não passa nem perto”, frisou.

A secretária de Mulheres do PT afirmou não ter dúvidas que esse governo ilegítimo vai acelerar as pautas conservadoras contra os direitos das mulheres, que tramitam no Congresso Nacional, “porque quem manda nesse governo ilegítimo é Eduardo Cunha”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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