Déficit orçamentário de Alckimin acontece há cinco anos, mas mídia não faz alarde

Déficit deste ano é de R$ 1,7 bilhão.  Para o petista Vicentinho (PT-SP) “fica nítido” que grande mídia usa “dois pesos e duas medidas” para noticiar os fatos

Alckmin recua e suspende reajuste no transporte. Foto: Agência Brasil

Há cinco anos o governo de Geraldo Alckmin (PSDB-SP)  mais gasta do que arrecada. No último balanço orçamentário do governo paulista, referente ao 3º bimestre de 2015, publicado em julho no Diário Oficial, o déficit nas contas mencionado foi de R$ 1,7 bilhão. No ano passado o rombo foi de R$ 355 milhões, e em 2013, de R$ 994 milhões, em 2012 foi registrada carência de R$ 982 milhões e em 2011 a dívida chegou a R$ 1 bilhão. O saldo negativo foi criticado pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Antônio Roque Citadini, quando as contas relativas ao exercício de 2014 do tucano foram analisadas, no dia 17 de junho deste ano.

Na ocasião, ao jornal “Estadão”, Citadini ressaltou que a prática de déficit havia sido questionada nas contas passadas e que a gestão tucana nada fez para reverter o quadro. “Essa é seguramente das piores contas que recebemos nos últimos dez anos”, destacou. “Temos uma questão a enfrentar. Temos feito nos últimos anos uma sequência de recomendações ao governo. Entre as que foram do ano passado e as que acrescentamos nesse ano teremos 91 recomendações. Algumas já estão fazendo aniversário. Daqui a pouco ficam maior de idade pelo não cumprimento. Esse caminho não pode continuar”, disse o conselheiro. Na avaliação do deputado federal Vicentinho (PT-SP) “fica nítido” que a grande mídia minimiza os fatos quando o assunto é negativo ao PSDB. “A mídia usa dois pesos e duas medidas. Eles evitam tocar no assunto do déficit de SP, do cartel do trensalão tucano, para esses fatos não há alarde fica nítido. Mas se fosse petista era manchete!”, avalia. Do orçamento deste ano, Alckmin congelou R$ 6,6 bilhões, ou seja, a gestão tucana contingenciou recursos que impossibilitam promover melhorias em diversos setores.

No ajuste fiscal da gestão tucana, a norma adotada por Alckim foi cortar em 5% dos gastos com educação, segurança e administração penitenciária, e nas outras pastas promoveu corte de 10% . Dados da Secretaria de Planejamento de São Paulo referentes a janeiro e abril mostram que o governo Alckmin reduziu em 37,5% o ritmo dos investimentos em relação ao mesmo período de 2014. A saúde foi prejudicada, repasse para entidades filantrópicas municipais, por exemplo caiu 98%, segundo dados do sistema de execução orçamentária da Secretaria da Fazenda.

O que afetou, por exemplo, o Hospital de Câncer de Barretos, no interior paulista. O complexo hospitalar deixou de receber cerca de R$ 24 milhões de verba entre janeiro e junho. A educação em São Paulo também sofre com a má gestão do tucano. Após greve de 89 dias feita no inicio do ano, o Sindicato dos Professores da Rede Pública Estadual Paulista (Apeoesp) vai realizar uma assembléia no próximo dia 25 de setembro para cobrar do governador o reajuste prometido. A falta de compromisso do governo de Alckmin com os paulistas é constatada pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, que anunciou reduzir o montante de recursos devolvidos aos consumidores por meio de créditos da Nota Fiscal Paulista e que irá adiar em seis meses o calendário de liberação dos créditos.

Os valores que iriam para as mãos dos contribuintes em outubro de 2015 serão pagos apenas em abril de 2016. Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

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