Após muito criticar, Aécio se abstém de votar alteração da meta fiscal

Senador não votou a favor ou contra projeto enviado pelo governo federal. Votação foi marcada por confusão e discussões 

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Em sessão tumultuada, Congresso votou texto principal da proposta

Apesar de ter feito inúmeros discursos e se dizer contra o projeto enviado pelo governo federal que derruba a meta fiscal prevista para 2014, o senador e candidato derrotado à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), não registrou voto a favor ou contra a pauta.

A votação, realizada após mais de 18 horas de debates, aprovou Projeto de Lei do Congresso Nacional 36/ 2014, que permite ao governo deduzir da meta de superávit o total dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações tributárias para estímulo a setores produtivos.

Aécio subiu à tribuna e criticou, por diversas vezes, o projeto. No dia 25 de novembro, o tucano sugeriu que a alteração da meta deveria acarretar em impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Nós não podemos viver num País onde a legislação é alterada em função dos interesses do governo de plantão e de uma eventual maioria”, disse o tucano, ao deixar o plenário da Câmara dos Deputados.

Levantamento feito pelo portal “G1” apontou que de 81 senadores, apenas 40 registraram voto – 39 a favor e um contra. Além disso, o candidato a vice-presidente na chapa de Aécio, Aloysio Nunes (PSDB-SP), também não votou na sessão.

Confusão – Por conta de tumulto incentivado por parlamentares da oposição, a votação do projeto de lei foi cancelada na terça-feira (2). A claque, convocada pelas redes sociais tucanas, gritava palavras de ordem como “Fora PT” e xingava parlamentares. Com a confusão, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) solicitou o esvaziamento da galeria.

Com isso, deputados da oposição se juntaram aos manifestantes para tentar impedir a retirada e houve empurra-empurra. O líder do governo na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), classificou a confusão como “golpe contra a democracia”.

“A oposição tem de ser feita dentro de limites institucionais, dentro de limites que respeitem o funcionamento da democracia, do Parlamento”, defendeu Fontana, após a confusão.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

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