Deputado denuncia Aécio e Cemig por dívida que virou lucro

Documentos que serão entregues à Promotoria de Justiça pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) revelam tenebrosas transações público-privadas

O deputado estadual de Minas Gerais Rogério Correia (PT-MG) vai apresentar, na tarde desta terça-feira (13), ao Ministério Público do estado a comprovação de tenebrosas transações público-privadas entre o então governador Aécio Neves (de 2003 a abril de 2010), a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Construtora Andrade Gutierrez.

A Andrade Gutierrez é sócia “estratégica” da Cemig e aparece na operação Lava Jato da Polícia Federal como uma das mais fortes integrantes do “clube” de empreiteiras que desviou recursos da Petrobras.

A audiência de Correia com o promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, para entrega de dossiê com a documentação comprobatória está marcada para as 16h30 desta terça.

A principal denúncia é que um empréstimo externo obtido de bancos internacionais pelo então governador, somando US$ 2 bilhões (R$ 7,68 bilhões) e US$ 300 milhões (R$ 1,31 bilhão), ou quase R$ 9 bilhões a preços atuais, sob justificativa oficial de quitação de dívida com a estatal, entrou no caixa da Cemig como lucro e assegurou o pagamento de dividendos à Construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 600 milhões.

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que a empreiteira fez 322 doações ao então candidato tucano à presidência, superiores a R$ 20 milhões. De 2010 a 2013, de acordo com o site “Nossapolitica.com”, a empreiteira recebeu mais de R$ 1,7 bilhão em dividendos da Cemig.

Depois da operação, a Andrade Gutierrez aparece como principal doadora da campanha eleitoral 2014 de Aécio Neves. Também receberam doações da empreiteira o seu sucessor de Aécio, o agora eleito senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), além de candidatos a parlamentares tucanos de Minas Gerais.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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