Dilma: no discurso do diálogo, a missão de estadista

Desafio é unir Executivo, Congresso e sociedade, acima das diferenças

DILMA ESTADISTA

Dilma, reeleita, prega união nacional para Brasil crescer em paz

Os desafios não são poucos nem fáceis. Combater a inflação sem tréguas, pôr fim à corrupção, punir os culpados em fraudes contra o Estado, manter a economia em crescimento e dar seguimento ao processo de distribuição de renda iniciado há 12 anos, com o presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Por isso, foi com um discurso conciliador e convocatório que a presidenta Dilma Rousseff se apresentou aos brasileiros na noite de segunda-feira (27), ao falar ao Jornal Nacional, da TV Globo. Ela própria atribuiu isso à maturidade e preparo obtidos pelos anos de dedicação à vida pública. A presidente tinha sido aplaudida, na noite anterior, ao discursar que “governos eleitos com pequena margem de maioria, costumam ter melhores resultados” que os com larga margem de votos.

Dilma conclamou a todos – os que votaram e os que não votaram nela – a participarem do esforço de ajudá-la na concretização do compromisso de melhorar o Brasil, assumido perante 202,7 milhões de brasileiros (número IBGE de agosto), no domingo (26), ao se reeleger para mais quatro anos na presidência, com o voto de 51,63% dos eleitores.

“Ela foi eleita presidenta do Brasil inteiro. Ela quer mostrar que tem capacidade de governar para todos os brasileiros”, sintetiza o governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel, do PT.

O vice-presidente eleito Michel Temer (PMDB) participou de uma reunião, hoje (28), com Dilma para, justamente, iniciar os trabalhos em torno do diálogo nacional, em busca da união de todos os setores.

“Passado o calor da paixão (da disputa política) é preciso dialogar. Congresso Nacional, Executivo e a sociedade brasileira precisam caminhar juntos”, falou Temer.

Assim, a busca do diálogo torna-se, desde já, uma estratégia de sinalização à sociedade sobre a disposição da presidenta em impedir a piora no ambiente institucional, fato que aconteceu antes da posse de Lula, em 2002, e dificultou o início da primeira administração petista.

No dia seguinte à eleição de Dilma, por exemplo, o mercado jogou no chão não só o valor das ações da Petrobras, como as cotações do real, fator de ampliação do tamanho da dívida internacional brasileira.

Ao se colocar a favor do diálogo nacional, a presidenta virou a página da reeleição, deixou de lado a picuinha eleitoral e reconheceu como legítimas as demandas representadas pelo voto na oposição. Vestiu, assim, a camisa de estadista.

Não por outra razão, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) anunciou apoio à indicação para o Ministério da Fazenda de nomes mesmo de fora do partido – algo inédito nos mandatos anteriores do PT.

Por Márcio Morais, da Agência PT de Notícias

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