Dilma pede compromisso da oposição com o Brasil

Presidenta diz que modelo do “quanto pior, melhor” está esgotado

Presidenta Dilma Rousseff durante café da manhã com jornalistas-setoristas do Palácio do Planalto. Foto: Ichiro Guerra/PR

Para a presidenta Dilma Rousseff, é preciso que a oposição tenha compromisso com o Brasil. Na avaliação dela, o modelo do “quanto pior, melhor” está esgotado. O comentário foi feito durante café da manhã da presidenta com jornalistas, na manhã desta quinta-feira (7), em Brasília.

“A oposição deve ter um mínimo de compromisso com o País. Se os partidos políticos de oposição não tiverem o mínimo de compromisso com o País, eu acho que a sociedade brasileira tem maturidade suficiente, também, para desfazer a crítica. Porque estariam tendo comportamento que coloca seus interesses eleitorais na frente dos interesses do país”, disse a presidenta.

Dilma cobrou o compromisso da oposição ao abordar o tema da reforma previdenciária.

“As responsabilidades são do governo em propor, mas também a responsabilidade é da oposição em encaminhar ou de um jeito do ‘quanto pior, melhor’, que tem sido a característica no último ano, ou em ter uma atitude construtiva”, disse.

Segundo a presidenta, o Brasil vai ter que “encarar” uma reforma previdenciária como forma de reequilibrar as fianças públicas do País. No entanto, ela defendeu que a base para uma reforma sustentável passa pelo diálogo.

“Temos que encarar a reforma da Previdência, considerando que tem a ver com a modificação da idade da população. Estamos envelhecendo mais e a nossa expectativa de vida aumentou 4,6 anos. Isso implica que é difícil equacionar o problema”, explicou.

Para evoluir sobre o assunto, o governo pretende abrir o debate sobre o assunto com todos os setores. “Porque a base para que uma reforma da Previdência seja sustentável no Brasil é o diálogo. É perceber que se terá de escutar os diferentes segmentos, tendo clareza que há um problema real”, disse.

Para Dilma, é preciso que o governo federal enfrente o reequilíbrio fiscal, pois este fator impacta, também, na melhora da inflação.

“A questão da estabilidade macroeconomômica ela tem a ver com duas grandes ações. a primeira, é o reequilíbrio fiscal do País. Nós viemos perdendo receitas de forma sistemática, mesmo com os cortes significativos que fizemos nas despesas, não conseguimos superar a queda acentuada da arrecadação”, explicou aos jornalistas.

De acordo com a presidenta, é preciso, ainda nos primeiros meses deste ano, aprovar as medidas provisórias tributárias que estão em discussão no Congresso Nacional. Ela citou, entre as prioridades, a MP que trata dos juros do capital próprio e a de ganhos de capital.

Dilma também ressaltou ser “fundamental” a aprovação da Desvinculação de Receitas da União (DRU) e da CPMF.

“A curto prazo, nós temos, nos próximos três meses, ações que vamos perseguir. Primeiro, temos de aprovar as medidas provisórias tributárias que estão no Congresso. É fundamental a aprovação da DRU e da CPMF”, defendeu a presidenta.

Ainda sobre a reforma tributária, a presidenta defendeu que será preciso, também, encarar a questão dos impostos diretos e a progressividade, além dos marcos regulatórios da mineração e da telecomunicação.

“O imposto progressivo pesaria mais sobre quem tem renda maior. Essa discussão tem que ser aberta na sociedade. Essa proposta tem várias variantes em discussão no Congresso”, disse.

Após o encontro com os jornalistas, a presidenta foi para Porto Alegre visitar o neto Guilherme, que nasceu na manhã desta quinta-feira.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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