Disputa entre aliados abre legislatura no Congresso

Ano começa com eleição de mesas diretoras

Esta é a última semana de campanha eleitoral para escolha dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal pelos próximos dois anos (2015/2016). O legislativo retomará o trabalho na próxima semana com uma intensa disputa dentro da base aliada.

Senado e Câmara elegem presidentes no domingo (1° de fevereiro), na abertura dos trabalhos legislativos de 2015. Além das presidências, também estarão em disputa os demais seis cargos que compõem as mesas diretoras das duas casas: duas vice-presidências, a secretaria e três vice-secretarias.

Tanto em uma casa quanto na outra os candidatos à presidência pertencem a partidos que apoiam o governo: Eduardo Cunha (PMDB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), na Câmara; e, Renan Calheiros (AL) e Ricardo Ferraço (ES), ambos do PMDB e ainda em entendimentos para fechar as candidaturas.

Na Câmara, o quadro de candidatos se completa com os oposicionistas Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (Psol-RJ). O deputado Alencar e o senador Ferraço entraram por último na disputa, depois de encerrado o ano legislativo de 2014. Surgiram como alternativas às candidaturas da base.

A candidatura Ferraço vem sendo articulada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), por ver nele um viés oposicionista que se encaixa melhor à pretensão de se consolidar como principal líder da oposição no Parlamento. Esse tem sido o principal foco do tucano após a derrota eleitoral para Dilma Rousseff, em outubro de 2014. Mas as pretensões tucanas podem morrer na praia.

“Há espaço para entendimento. É possível ter uma chapa única, dividida de forma proporcional entre os partidos”, avalia o secretário-geral do Senado, Luís Fernando Bandeira, em áudio distribuído pela assessoria de imprensa do Senado. Nesse caso, Renan não teria concorrente.

Desafeto – Na Câmara, não há perspectivas de entendimento e Eduardo Cunha, um desafeto da presidenta Dilma Rousseff, acusa o governo de oferecer cargos na máquina administrativa para migrar votos para Arlindo Chinaglia.

Outra definição importante para os parlamentares governistas é a escolha dos líderes da base aliada nas duas casas. Petistas do Senado, como Walter Pinheiro (BA) e Humberto Costa (PE), tentaram durante o recesso convencer o governo a indicar um parlamentar do partido para a liderança.

Alegaram que é preciso se contraporem ao PMDB com maior vigor, para evitar a excessiva concentração de poder dos aliados nas duas casas legislativas. Isso porque o PMDB também pode emplacar o líder da bancada governista.

O líder do governo no Senado até dezembro era o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), desde 1° de janeiro, ministro de Minas e Energia nomeado por Dilma.

O PT detinha, até agora, as lideranças do governo no Congresso e na Câmara, postos então ocupados, respectivamente, pelo senador José Pimentel (PT-CE) e pelo deputado Henrique Fontana (PT­RS).

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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