Doutor Rosinha: “Mão pesada do fascismo”

Presidente do PT-PR vê fogo cerrado contra Gleisi Hoffmann e que atos mais graves de incitação ​à ​violência ​não têm o mesmo peso para a mídia

Leonardo Prado/Agência .Câmara

Dr. Rosinha

Na​s últimas ​semana​s ​houve “fogo cerrado” contra ​​Gleisi Hoffman​n​. Segundo o portal “Poder360”, em entrevista, Gleisi declarou que ​p​ara prender Lula, “vai ter que prender muita gente, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que mata​r​”.

Cobrada sobre esta declaração, posteriormente, Gleisi declarou ser “força de expressão”. Não entrarei no mérito sobre a declaração, mas comentarei o comportamento das empresas ​privada​s ​de comunicação​, seus asseclas e de onde está ​partindo a violência.

O deputado Jair Bolsonaro​ – não vou adjetivá-lo, não que me falte​m​ adjetivos para descrever o péssimo caráter deste homem, mas sim para deixar que cada um dos parcos leitores e parcas leitoras que tenho, ​o faça – ​vive pregando a violência e o ódio​. N​o entanto​,​ os homens a as mulheres de “bem”, em geral e da imprensa privada em especial, se calam.

Em novembro passado​, ​em cima de um caminhão em Vitória (ES)​,​ o ​d​eputado discursou: “Quero que matem esses vagabundos do MST”. Não tenho procuração para a defesa, mas os que atuam e militam com o MST são homens e mulheres que trabalham e, muito, na roça. Trabalho penoso. Trabalho que o ​d​eputado fascista não suportaria por dois dias seguidos.

O ​d​eputado prega o assassinato e não a luta, que pode levar ​à ​morte, em defesa da democracia, como entendi a fala da senadora Gleisi. No dia do discurso​, ​o ​d​eputado estava filiado ao PSC – Partido Social Cristão. Filiou-se e quase que concomitantemente foi batizado no Rio Jordão.

Qual foi a reação dos cristãos em geral e​,​ em especial​, ​os de sua igreja? Qual foi a reação do pastor Everaldo, que o batizou? E dos demais deputados-pastores? Ficaram em silêncio. O silêncio, no caso, significa que concorda​m ​com a pregação do deputado.

A mesma imprensa e os mesmos cidadãos e cidadãs que condenaram a fala de Gleisi não condenam as ações e discursos violentos de deputados (como Bolsonaro), de juízes ou as ações violentas do desgoverno Temer. As políticas e as decisões tomadas pelos ​p​oderes Executivo, Legislativo e Judiciário já estão​ matando​,​ e​ muito.

Todos os dias há explicitamente o assassinato de pessoas. Também assassinam sonhos. Milhares de brasileiros e brasileiras sonhavam entrar ​em ​uma faculdade, concluir um curso,​ ​ter um emprego digno e se aposentar. Sob a égide dos golpistas,​ isto não é possível de ser conquistado por todos e todas.

Desde o inicio da construção do golpe que depôs Dilma​,​ os trabalhadores e trabalhadoras estão sendo roubados de seus direitos e dia a dia se aprofunda mais ​um massacre sobre a classe trabalhadora. ​E o​s que comandam os três ​p​oderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) são responsáveis.

O Brasil anda triste.​ ​O Brasil não é mais respeitado no exterior. Os brasileiros e brasileiras estão morrendo nas portas dos hospitais e centros de saúde.​ ​Os brasileiros e brasileiras estão sem esperança. A retomada da soberania nacional​, do ​respeito internacional e ​da esperança passa pelo direito de Lula ser candidato. Foi nesta concepção, de defesa da democracia e do direito de o povo voltar a sonhar, que a Gleisi proferiu a frase.

Achavam os juízes, a mídia e a maioria dos parlamentares que basta​ria ​derrubar Dilma e condenar Lula e que​ tudo​ estaria resolvido. Os fascistas, dentro e fora do poder de Estado e o grande capital não contavam com a resistência popular. A resistência está​ os ​levando ​a cometer mais e mais ameaças e abusos. Mais e mais crimes.

O juiz Marcelo Bretas faz pose de matador ao ser fotografado portando uma arma pesada. Pior, ele posa ao lado de um cartaz reproduzindo a parte superior do corpo humano, com as marcas onde deve atirar.  Marcelo Bretas e Sérgio Moro, dois juízes, entre outros, fascistas que a mídia ​igualmente ​fascista defende. Incitam a violência e praticam a humilhação.

Jamais defenderei qualquer corrupto, mas é inadmissível o que ​foi feito com Sérgio Cabral, ​acorrentado ​para ser humilhado​. O que eles fazem prova que a lei não é igual para todos.  Assim como a lei não é igual para todos​,​ a critica também não é. Atos muito mais graves de incitação ​à ​violência ​são feito​s ​​​diariamente por várias autoridades e pela mídia, mas a mão pesada só caiu sobre ​​Gleisi.

Doutor Rosinha é presidente do Diretório Estadual do PT no Paraná

Por CongressoemFoco.uol.com.br

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