Economia nacional cresce mais que a de Minas governada pelo PSDB

Para especialista da Fundação Getúlio Vargas, baixo PIB do estado traduz 12 anos de menos emprego e renda

Aconteceu no primeiro semestre de 2013. Enquanto a economia brasileira registrava um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6% no período de janeiro a junho, o de Minas Gerais andava para trás, com apenas 0,8% de crescimento no primeiro semestre, conforme relatório condensado a partir de dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ao qual a Agência PT teve acesso.

Os dados demonstram que a economia do Brasil estava 3,25 vezes (ou 225%) mais acelerada que a do estado de Minas, sob o comando do então governador tucano Antônio Anastasia. Recém eleito senador, ele sucedeu o ex-governador Aécio Neves, em 2011. Mas o baixo crescimento do PIB mineiro em relação ao nacional não foi apenas naquele período, nem mesmo privilégio de Anastasia.

O economista e padrinho político dele, senador Aécio Neves, atual candidato à Presidência pelo PSDB, também conviveu com o mesmo quadro de baixo crescimento econômico em relação ao governo federal, no período em que governou o estado, entre 2003 e 2010.

Menos emprego – Nesse intervalo de tempo, o PIB nacional cresceu à média de 4,6% ao ano, enquanto o crescimento alcançado por Aécio foi de 3,4%. Nos oito anos do período, o Brasil avançou 37,1% na geração de riquezas, enquanto Minas, correndo atrás, registrou 34,7% de crescimento do PIB. O resultado federal foi praticamente 7% maior que o obtido pela dupla estadual tucana.

“O fato de ter crescido menos indica um caminho de piora nos indicadores de emprego e renda”, afirma o engenheiro e especialista em finanças públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Amir Khair. Segundo ele, os governos tucanos de Aécio Neves e Antônio Anastasia, em Minas Gerais, durante os anos de 2003 a 2014, estiveram longe de ter um padrão de crescimento comparável ao obtido pela administração petista do presidente Luís Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Rousseff, no mesmo período.

Para Amir, o dado é representativo ao desmistificar a suposta superioridade tucana na condução econômica. Trata-se de uma tese cara, mas virtualmente fantasiosa, ao candidato do PSDB na campanha eleitoral, usada para desqualificar a capacidade petista de governar, promover desenvolvimento, gerar emprego e renda.

Endividamento – O balanço orçamentário de Minas no período tucano também apresenta um endividamento que preocupa analistas. A análise do superávit primário do estado no ano de 2012, por exemplo, mostra que ele não foi obtido pelo aumento da receita própria, oriunda da arrecadação, mas pelo endividamento do estado, por meio de operações de crédito no valor de R$ 3,83 bilhões realizadas naquele ano.

Em um apenas um ano, entre 2011 e 2012, essas operações de crédito (internas e externas) tiveram crescimento de quase 8%, subiram de R$ 69,1 bilhões (em 2011) para R$ 74,7 bilhões (2012).

“Retirando-se esse montante (relativo aos empréstimos) do total da receita orçamentária de 2012, o superávit orçamentário seria de R$ 90 milhões (ou 40% inferior ao obtido em 2011)”, afirma o relatório. O balanço orçamentário é o instrumento que permite fazer a demonstração das receitas previstas e as despesas fixadas pelo governo, confrontando-as com as receitas arrecadadas e as despesas realizadas. Já o superávit primário representa a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública e reduzir o endividamento no médio e longo prazos.

 

Por Márcio Morais, Agência PT de Notícias

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