Em assembleia, professores de SP decidem rumos da greve

Docentes acusam governo de não abrir negociações sobre as reivindicações. Presidente do PT-SP manifestou apoio aos grevistas

Os professores da rede pública estadual de São Paulo se reúnem, na tarde desta sexta-feira (17), em assembleia para definir os rumos da greve que já dura 36 dias. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), cerca de 170 mil docentes, do quadro total de 240 mil, estão paralisados desde o dia 13 de março.

A pauta de reivindicações apresentada ao governo de São Paulo, comandado por Geraldo Alckmin (PSDB), contém mais de 20 itens. Os professores querem aumento salarial de 75,33%, contratação de professores temporários com garantia de direitos, aumento do vale alimentação e vale transporte.

Além disso, estão na pauta dos docentes a melhoria da escola pública, com desinchaço das salas de aula, reabertura de classes e desmembramento daquelas superlotadas.

Na última sexta-feira (10), cerca de 60 mil professores se reuniram, também em assembleia, em frente ao Estádio do Morumbi e decidiram pela continuidade da greve. Eles marcharam até Palácio dos Bandeirantes, com o intuito de entregar ao governo Alckmin um ofício com o pedido de abertura das negociações. No entanto, o documento não pôde ser entregue.

Acampamento – A convite de alguns deputados, cerca de cinco mil professores participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na quarta-feira (15), para discutir a greve da categoria.

Ao fim da audiência, os professores decidiram permanecer no plenário e em outras dependências da Casa até a noite da quinta-feira (16), como forma de pressionar os parlamentares. Os professores têm outra audiência pública agendada na Alesp, na próxima quarta-feira (22), quando vão novamente expor as reivindicações da categoria.

O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores (PT-SP), Emidio de Souza, compareceu à Alesp para uma visita de solidariedade aos professores que acamparam no local. Em publicação no Facebook, Emídio reiterou apoio do PT à greve e às reivindicações dos professores.

“A decisão de acampar na Alesp foi uma atitude de coragem e uma forma de chamar a atenção para uma busca legítima de reconhecimento da importância da classe docente. Estamos juntos nessa luta!”, declarou Emídio

De acordo com a APEOESP, a única reunião entre grevistas e governo ocorreu em 22 de março, quando o secretário de educação, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, aceitou negociar apenas o que os professores chamam de “categoria O”.

Trata-se de uma modalidade de contratação precária, por meio da qual, a cada fim de período letivo lecionado, o professor terceirizado deve ficar um ano sem contrato com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, mas até o fechamento desta matéria.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

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