Em Brasília, 1º de Maio reforça luta contra terceirização

As centrais sindicais e os movimentos sociais de base se unem contra o PL4330

O Dia do Trabalhador foi celebrado em Brasília (DF), na manhã desta sexta-feira (1º), com ato de apoio e reforço a agenda de lutas marcada para a próxima semana, quando centrais sindicais e movimentos sociais do campo e da cidade pressionarão o Congresso Nacional pedindo o arquivamento do PL 4330, que regulamenta a terceirização. Cerca de 1,5 mil pessoas participaram do evento, na Torre de TV.

O texto, agora intitulado PLC 30/2015, chegou ao Senado e deve ser votado nas próximas semanas.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Brasília, Rodrigo Brito, destacou a similaridade das condições históricas dos trabalhadores mortos há 125, na luta pelo direito de trabalhar oito e não 12 ou 16 horas por dia, com o desafio enfrentado hoje pela categoria. Para Rodrigo, o PL4330 significa um retrocesso à essa época.

Brito destacou a unidade da coalizão dos movimentos sociais para barrá-lo no Senado. “Contra o retrocesso, a precarização e por nenhum direito a menos, visitaremos regularmente, a partir da próxima semana, os gabinetes para impedir que se ele torne realidade”, ressaltou Brito.

Presente ao ato, a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) afirmou que o PL 4330 é uma mentira. Para ela, o projeto não pretende regulamentar a situação de 12 milhões de trabalhadores, mas colocar outros 40 milhões na precariedade da terceirização. A parlamentar ressaltou que os trabalhadores terceirizados recebem 27% menos e trabalham cerca de três horas a mais, além de serem em maior número nas estatísticas de acidente de trabalho.

Para Kokay, os patrões querem pisotear nos direitos dos trabalhadores. A deputada destacou ainda a resistência da classe operária e a organização formada pelas centrais sindicais e movimentos sociais para arquivar o PL 4330. “Que ninguém nunca mais ouse duvidar da capacidade de luta dos trabalhadores”, declarou, em referência a uma citação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, dita à época da greve de 1980.

“Não vão conseguir retirar nenhum direito conquistado com dor, suor, sangue e sonhos dos trabalhadores”, completou.

Membro da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Igor Felipe dos Santos, tem a mesma impressão de Brito quanto às similaridades entre o fim do século 19 e o início do século 21. Segundo Igor, há um feroz ataque contra conquistas trabalhistas históricas, sem as quais não se tem o mínimo de dignidade para trabalhar.

“A conjuntura atual revela a necessária retomada das lutas pelo conjunto das organizações populares”, ressaltou Santos.

O dirigente disse ainda que o prejuízo para o trabalhador rural com a possível aprovação do PL 4330 será a segmentação da cadeia produtiva do agronegócio, que permitirá reduzir salários e tornar ainda mais precárias as condições dos trabalhadores rurais.

“É nocivo ao trabalhador e não aceitaremos qualquer tipo de retrocesso. Vamos parar as cidades”, afirmou Santos.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

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