Em carta, Lula condena ataques de Hélio Bicudo, mas nega processo contra o jurista

O ex-presidente afirma que acusações são “calúnias rancorosas e infames”

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou, neste sábado (3), uma carta ao filho do jurista Hélio Bicudo, José Eduardo, no qual afirma que não tomará medidas judiciais contra o jurista por respeito à sua família. Bicudo assina o principal pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, protocolado na Câmara dos Deputados, no mês passado.

Entretanto, o petista condena os “sucessivos ataques” do jurista, “pontuados de rancor”.

“Tais manifestações, no entanto, ultrapassaram todos os limites numa recente entrevista, na qual ele atacou frontalmente minha honra pessoal e fez acusações caluniosas, ofensivas e desprovidas de qualquer fundamento.”, diz um trecho da carta, enviada com exclusividade ao site “Diário do Centro do Mundo“.

Na semana passada, Bicudo afirmou, em entrevista ao programa Roda Viva, da “TV Cultura”, que o ex-presidente Lula enriqueceu de forma ilícita e “corrompe a sociedade brasileira como ela é hoje através da sua atuação como presidente da República”.

A mensagem de Lula é uma resposta à declarações recentes de José Eduardo, em que manifestou descontentamento com a guinada conservadora do pai.

“Agradeço, de coração, o testemunho isento que você prestou sobre minha convivência com seu pai”, diz Lula.

O ex-presidente disse, no entanto, que “diante desses ataques”, não poderia ficar calado, em respeito aos companheiros.

Lula diz ainda que as afirmações de Bicudo, hoje com 93 anos, são “infâmias proferidas por uma pessoa que, no passado, destacou-se pela defesa da lei e da verdade”.

Hélio Bicudo foi candidato a vice de Lula em sua primeira disputa eleitoral, para o governo de São Paulo, em 1982.Foi deputado federal pelo PT e deixou o partido em 2005.

Lula ressalta a importância da trajetória do jurista e espera que as “deliberadas injustiças” cometidas por Bicudo não ofusquem a contribuição que ele já deu ao Estado de Direito no Brasil. O ex-presidente afirma também que “a calúnia rancorosa” e a exploração “oportunista” da imprensa servem para alertar a necessidade de limites morais na disputa política.

“Poucas coisas na vida são tão importantes quanto manter o respeito e a consideração pelas pessoas, acima de eventuais divergências, mesmo que o tempo nos leve a trilhar caminhos distintos”, concluiu.

Leia a carta na íntegra.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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