Em dez anos, condição de vida da população melhorou nas regiões metropolitanas

Todas as regiões estudadas pelo Ipea melhoraram a disponibilidade de bens e serviços públicos e também o fluxo de renda, saneamento básico, acesso a serviços de educação e redução da mortalidade infantil

Estudo divulgado nesta segunda-feira (5) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) mostra que em 10 anos o Brasil melhorou a qualidade de vida da população das regiões metropolitanas ao reduzir a vulnerabilidade social.

Em 2000, 13 das 16 regiões pesquisadas tinham índices de alta a muito alta vulnerabilidade social. Em 2010, somente a Região Metropolitana de Manaus tem índice de vulnerabilidade considerado alto. Apesar disso, a redução do risco social nessa região foi 25,9% em dez anos.

O mapa considera três análises de condições de vida para estabelecimento do índice de vulnerabilidade: infraestrutura urbana, que analisa o acesso ao saneamento básico e à coleta de lixo e o tempo gasto no trajeto casa-trabalho; capital humano, que avalia mortalidade infantil, acesso à escola e maternidade precoce; e renda e trabalho, que observa empregabilidade, renda familiar e formalidade da ocupação.

As regiões metropolitanas analisadas foram: Belém, Belo Horizonte, Vale do Rio Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Grande São Luís, São Paulo, Grande Vitória e Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal. Os dados completos do estudo podem ser acessados na página do Ipea.

Em todas as regiões estudadas também houve melhora significativa da coleta de lixo, com redução de 50 no número de famílias que vivem sem o serviço. A maior evolução foi na Região Metropolitana de Goiânia, com 93% de redução da vulnerabilidade neste item.

O Ipea define a vulnerabilidade como a ausência ou insuficiência de bens e serviços públicos, recursos ou estruturas (como fluxo de renda, condições adequadas de moradia, acesso a serviços de educação, dentre outros) que deveriam estar disponíveis para todos os cidadãos.

A escala utilizada pelo Ipea vai de zero a 1, sendo, entre 0 e 0,200, muito baixa vulnerabilidade social; 0,201 e 0,300, baixa vulnerabilidade social; 0,301 e 0,400, média vulnerabilidade social; 0,401 e 0,500, alta vulnerabilidade social; e de 0,501 a 1, muito alta vulnerabilidade social.

O índice de vulnerabilidade é considerado baixo em quatro delas: São Paulo, Curitiba, Vale do Rio Cuiabá (MT) e Porto Alegre, esta última com o menor índice de risco social do país.

Quando observada a melhora da situação no comparativo 2000-2010, a diminuição mais expressiva da vulnerabilidade social em relação ao capital humano ocorreu na Região Metropolitana de Curitiba, com queda de 34% no risco social da população.

Observando somente a mortalidade infantil, o entorno de Salvador teve a maior redução: de 40 mortes a cada mil nascidos vivos em 2000, para 16, em 2010. Além disso, nenhuma região metropolitana estudada apresentou evolução inferior a 26% nesse item.

A redução da vulnerabilidade social associada à renda e ao trabalho teve melhores resultados nas regiões Sul e Sudeste, principalmente nas metrópoles de Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Grande Vitória e São Paulo.

As piores condições de vulnerabilidade das regiões metropolitanas são as de Manaus, de São Luís e Recife. A capital do Amazonas tem problemas graves em saneamento básico, acesso à educação, renda do trabalho – na maior parte da região as famílias têm renda per capita de meio salário mínimo – e também um elevado índice de mortalidade infantil.

Situação que se repete nas capitais maranhense e pernambucana. Porém, mesmo essas regiões apresentam melhora em relação ao ano 2000, em todos os índices.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Rede Brasil Atual”

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