Em dois anos, quase mil pessoas foram vítimas de intolerância religiosa no Rio de Janeiro

Denúncias de preconceito contra religiões afro-brasileiras representam 71% do total

Em pouco mais de dois anos, foram registrados 948 casos de intolerância religiosa no estado do Rio de Janeiro. Os casos foram informados ao Centro de Promoção da Liberdade Religiosa e Direitos Humanos (Ceplir), entre julho de 2012 e dezembro de 2014.

As denúncias de intolerância contra religiões afro-brasileiras são 71% do total. Os dados fazem parte de um relatório preliminar divulgado nesta terça-feira (18) pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), durante audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

De acordo com a assessoria do deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ), as informações apresentadas pela CCIR fazem parte de um relatório que abordará a intolerância religiosa em todo o País.

As comissões de Direitos Humanos e de Combate às Discriminações, da qual Minc é vice-presidente, passarão a atuar junto para elaborar uma estratégia de enfrentamento do preconceito no estado.

O último caso com destaque na imprensa aconteceu em junho. Uma menina de 11 anos foi agredida no subúrbio da capital na saída de um culto de Candomblé. De acordo com a família de Kayllane Campos, os agressores carregavam um Bíblia.

Avó da Kayllane, a mãe de santo Katia Marinho, participou da mesa da comissão, que convocou também representantes do governo estadual.

Ela reclamou que, apesar de toda a repercussão do caso na mídia, os agressores ainda não foram identificados.

Alcance nacional – Dados do Disque 100 mostram que os casos ocorrem em todo o território nacional. Entre janeiro de 2011 e junho de 2015, a ferramenta da Secretaria de Direitos Humanos recebeu 462 denúncias de discriminação religiosa.

O relatório do Disque 100 aponta que os casos de intolerância religiosa virtual cresceram no período.

Por Cristina Sena, da Agência PT de Notícias

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