SP: Greve dos professores completa 83 dias e ultrapassa a maior da história

Sem perspectiva de propostas do governador Geraldo Alckmin, greve dos professores do estado completa 83 dias nesta quarta e continua sem data para acabar

Foto: Inácio Teixeira

A greve dos professores da rede estadual de educação de São Paulo completa, nesta quarta-feira (3), 83 dias e se torna a maior paralisação da história da categoria.

A última grande greve de professores foi em 1989, quando a paralisação das atividades durou 82 dias, sendo 80 dias apenas de professores e dois dias de greve geral no País.A greve de 1989 resultou em um reajuste de 51% a 126%, dobrando o poder de compra dos professores do primeiro nível da categoria, o PI.

A pauta de reivindicações atual é composta de mais 20 itens, entre os quais destacam-se um reajuste de 75,33%, a título de equiparação com profissionais com formação superior, e o desinchaço das salas de aulas, provocado pelo fechamento de mais de três mil salas de aula e a demissão de mais cinco mil professores.
Sem nenhuma proposta apresentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) nas únicas três reuniões concedidas pela Secretaria de Educação do Estado (SEE), o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) marcou para esta quarta-feira, às 14h, uma assembleia no vão livre o Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Acorrentados às grades da Secretaria de Educação deste segunda-feira (1º), seis professores conseguiram que o secretário de Educação do governo Alckmin, Herman Jacobus Cornelis Voorwald, convocasse uma reunião com o sindicato.

Segundo a entidade, o secretário informou que encaminhou ao governador os estudos e propostas, mas não adiantou nenhum índice. Voorwald voltou a divergir com o sindicato quanto à data-base, que afirma ser em julho. O sindicato, porém, lembra que a legislação define a data-base de todo funcionalismo é o dia 1º de março.

De acordo com o sindicato, o secretário assegurou reposição das aulas, apesar de Alckmin ter dito, em entrevista, que os alunos não precisariam receber novas aulas. Uma minuta de resolução será discutida com a Apeoesp ao final da greve.

A Apeoesp denunciou ainda que o secretário não se dispõe a agendar negociação com o sindicato, mas se reúne com a associações de diretores de escolas, de supervisores de ensino e com professores filiados ao Centro dos Professores Paulistas (CPP), que não participam da greve.

Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias

 

PT Cast