Emidio de Souza: Copa de figurinhas e figurões

Em artigo, o presidente estadual do PT-SP, Emidio de Souza, comenta os benefícios de receber a Copa do Mundo

A Copa do Mundo começa no próximo dia 12 de junho e fico olhando em volta e vendo sinais contraditórios para este grande evento que irá começar no Brasil e mobilizar o mundo inteiro. Nos shoppings, praças e escolas, crianças e adultos vibram e torcem para encontrar figurinhas para completar o álbum da Copa. É uma febre que une e estimula. Na minha casa, meus três filhos pequenos estão com uma pilha de figurinhas, falando com amiguinhos e correndo para não deixar um espaço só em branco no álbum.

No outro extremo, vejo algumas notícias que tratam o evento da Copa do Mundo, quase como uma chaga. A Copa, na visão de algumas pessoas, só estaria trazendo prejuízos ao Brasil, que não estaria tendo vantagem alguma com o mundial.

Não posso compactuar com essa visão pessimista por um motivo simples: há muitas inverdades sendo disseminadas a respeito do mundial, estimulando esse clima de descontentamento generalizado. De cada R$ 1 investido pelo Poder Público para a Copa, outros R$ 3,40 foram investidos pelo setor privado, derrubando a tese de que o país fez gastos demais.

O custo total da Copa equivale ao que o Brasil investe em apenas um mês em educação. Ou seja, não houve investimentos que deixaram de ser feitos em áreas fundamentais, como pregam uns desavisados e outros mal intencionados.

Sei também que a Copa permitiu modernização de serviços importantes para o país e vai gerar riqueza, trabalho e deixar um legado que será do Brasil e dos brasileiros e não se encerra com o mundial. Ninguém vai levar os aeroportos, os estádios, os centros de comando e controle de segurança pública (que foram instalados em todas as cidades-sede) na mala. Eles permanecem aqui para uso de brasileiros e estrangeiros que o país recebe anualmente e continuará recebendo.

Estive no novo aeroporto de Guarulhos e posso garantir que ele se compara aos maiores e melhores aeroportos do mundo, só para citar um único exemplo. Não ficamos devendo nada a país algum.

O Brasil tem um caminho a ser trilhado para se tornar um país cada vez mais justo, igualitário, desenvolvido e relevante para o cenário internacional. Mas o Brasil de hoje é, sem dúvida alguma, muito melhor, mais desenvolvido, mais igualitário e mais importante mundialmente do que foi antes. Por que temos de nos sentir mal quando nunca estivemos tão bem? Há problemas, sim. Mas há mais soluções e resultados positivos a comemorar.

Receber o mundial é uma honra para o País e para os brasileiros e devemos torcer para que nossa seleção saia vitoriosa, assim como nosso País. Nosso povo guerreiro, trabalhador e conhecido por sua hospitalidade e gentileza merece essa alegria.

E penso: a quem interessa estimular o clima de desânimo, desejar que a Copa seja um fracasso, que a melhor seleção do mundo perca dentro de sua própria casa?

Aos meus filhos, que vejo brincando na sala, mexendo nas álbuns, certamente não. E por eles, que são brasileiros e aqui neste país crescerão e viverão, torço para que tudo dê certo. Além da lembrança que terão das seleções nos seus álbuns de figurinhas, quero que a Copa do Mundo no Brasil dê a eles um país tão grandioso quanto o esporte que nos une neste evento: o futebol.


Emidio de Souza é presidente do Partido dos Trabalhadores no Estado de São Paulo

(Artigo originalmente publicado no site Linha Direta)

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