Entenda por que Lula deve (e merece) ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz

Campanha pela indicação liderada pelo vencedor da honraria Adolfo Pérez Esquivel leva em conta imenso legado deixado por Lula no combate à fome e à pobreza

Ricardo Stuckert

Lula nos braços do povo

Uma das frases mais marcantes de Lula tão logo assumiu a Presidência da República resume, em pouco mais de 20 palavras, aquele que é para muitos o maior legado do seu governo. “Precisamos superar a fome, a pobreza e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém: é para salvar vidas”, prometeu o ex-presidente, que encerrou seus dois mandatos depois de retirar quase 30 milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza.

O feito, reconhecido pelo povo e vangloriado mundo afora, é justamente o que motivou o argentino Adolfo Pérez Esquivel a levar a cabo uma campanha para incluir Lula entre os concorrentes do Prêmio Nobel da Paz. A iniciativa do ativista, que levou a honraria em 1980 por seus esforços pelos direitos humanos e contra as ditaduras então presentes em toda a América Latina, foi lançada em 5 de abril do ano passado, dois dias antes de o ex-presidente ser levado ao cárcere por um crime que jamais cometeu.

Desde então, o abaixo-assinado já recolheu mais de 430 mil assinaturas populares, mas para formalizar a candidatura é preciso reunir, até o próximo dia 31 de janeiro, assinaturas de indivíduos que se encaixam nos critérios estipulados pela organização – como, por exemplo, ser professor(a) universitário(a) ou diretor(a) de instituto de pesquisa da paz.

“Com o mesmo senso de esperança que Martin Luther King transmitiu quando disse “Se soubesse que o mundo se desintegraria amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira”, somos muitos que acreditam que o Prêmio Nobel da Paz para Lula ajudará a fortalecer a esperança de poder continuar construindo um novo amanhecer para dignificar a árvore da vida”, justificou Esquivel na carta enviada ao Comitê que organiza a premiação.

Lula e Esquivel em 2018

A afirmação de Esquivel ecoa no que a própria organização do prêmio pensa e espera dos concorrentes: “distinguir a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”.

Neste quesito, Lula tem total gabarito para estar entre os finalistas do Nobel. No manifesto enviado pelo argentino, destacam-se três argumentos inquestionáveis de que o ex-presidente deixou legado sem precedentes no combate à redução da pobreza e da fome no Brasil. São eles:

1. Houve uma redução na taxa de desemprego próximo a 50%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E uma criação de 15 milhões de novos empregos segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

2. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o coeficiente de Gini brasileiro foi 0,583 em 2003, e em 2014 foi 0,518, indicando que as políticas sociais implementadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) deixou um Brasil com menos desigualdade social, pois a desigualdade média caiu 0,9% ao ano, no período entre 2003-2016.

3. A implementação de programas de educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, desenvolvido pelo PNUD. Em 2010, chegou a US $ 10,607 dólares renda média anual, à expectativa de vida de 72,9 anos, a uma escolaridade de 7,2 anos de estudo e a uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos.

Veja se você pode votar pela candidatura de Lula

De acordo com o estatuto da Fundação Nobel, uma candidatura válida para o Prêmio Nobel da Paz requer assinatura de:

– membros de assembleias nacionais e governos nacionais (membros do gabinete ou ministros) de estados soberanos, bem como atuais chefes de Estado;

– membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia e do Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia;

– membros do Institut de Droit International;

– professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião;

– reitores universitários e diretores de universidades;

– diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa;

– pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz;

– membros da diretoria principal de organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz;

– membros, ex-membros e ex-assessores do Comitê Norueguês do Nobel.

Acesse: https://www.nobelpeaceprize.org/Nomination/Nominator-application-form

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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