Erika Kokay: “Governo golpista tenta amordaçar universidade”

Deputada federal aumenta o coro contra a decisão autoritária do ministro da Educação ao tentar censurar disciplina da UnB sobre o golpe de 2016

Lula Marques/Agência PT

A deputada federal Erika Kokay rechaçou arbitrariedade do MEC

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) ocupou a tribuna da Câmara na quinta-feira (22) para rechaçar a arbitrariedade praticada pelo ministro ilegítimo da Educação, Mendonça Filho, contra a Universidade de Brasília (UnB).

O ministro anunciou esta semana que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF), a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) contra a disciplina ofertada pela UnB – Tópicos especiais em Ciência Política: O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil.

“Este ministro ataca a Universidade de Brasília, ataca a autonomia da universidade, ataca a liberdade de pensamento e quer impor a sua concepção canhestra, o seu golpismo como mordaça à universidade”, criticou Erika.

A deputada observou que essa tentativa de o governo ilegítimo de Michel Temer calar a UNB não terá êxito. Segundo Erika, o golpe praticado contra a vontade do povo brasileiro é “um fenômeno que ainda se repercutirá por muito tempo neste País”.

A parlamentar lembrou que o golpe que começou armado [Golpe de 1964], vestido de paletós e, que, uma vez ou outra, assume togas, agora, veste as suas fardas. “Por isso eu venho aqui prestar a minha solidariedade e dizer que nós vamos resistir. A Universidade de Brasília tem história. Ela foi pensada por Darcy Ribeiro que dizia, dentre outras coisas: ‘Só há duas opções nesta vida, se resignar ou se indignar’. E eu não vou me resignar nunca!”, avisou Erika.

A deputada destacou ainda o papel das instituições de ensino superior. Para ela, a universidade foi criada para ter os pés no chão e transformar a realidade. Lembrou também, que a UnB “é a universidade de Florestan Fernandes”, é o espaço onde professores abriram mãos dos seus empregos e resistiram à ditadura militar.

“E agora me vem um ministro que acha que pode calar a democracia, que pode calar a inteligência humana, que pode calar a consciência crítica e que pode processar a universidade porque um educador ousa discutir os fenômenos que estão beijando a face do povo brasileiro”, questionou.

Desagravo 

Erika adiantou que vai sugerir que se faça um ato de desagravo à Universidade de Brasília, em defesa da autonomia universitária, da democracia e da liberdade de pensamento. A previsão é que o ato aconteça na volta às aulas da UnB.  “A educação tem que ter compromisso com a liberdade, tem que ter compromisso com a consciência crítica. A educação é a boniteza da vida, como diz Paulo Freire. E ela tem que ser livre”, salientou.

Do PT na Câmara

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