Estudantes mobilizam a população e entram na guerra contra o Aedes

Analice Caldi Penic tem 11 anos, mas já sabe da importância de combater o mosquito Aedes aegypti. “Se o mosquito mata, ele não pode nascer. A responsabilidade é minha, é sua, é nossa”, afirma a aluna do 6º ano da escola Municipal em tempo integral Professora Maria Nosídia Palmeiras das Neves, em Goiânia (GO).

Para que mais alunos saibam como acabar com os criadouros do Aedes e possam replicar as informações em casa, o governo federal promoverá, nesta sexta-feira (19), o Dia Nacional de Mobilização da Educação contra o Aedes aegypti. A ação visa conscientizar os alunos de escolas públicas e privadas de todo o País a combater o mosquito vetor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus.

Assim como aconteceu no mutirão do dia 13 de fevereiro, a própria presidenta Dilma Rousseff e os ministros de estado acompanham a mobilização desta sexta em 115 cidades brasileiras. Ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, Dilma acompanhará as ações em Juazeiro (BA), onde conversará com alunos do Colégio Alfredo Vianna sobre o combate ao mosquito Aedes aegypti e depois visitará a Moscamed Brasil, primeira biofábrica do País destinada à produção de insetos estéreis e controle biológico de pragas.

Só na rede pública são 188,6 mil escolas de educação básica, 63 universidades federais e os 40 institutos federais e Centros Federais de Educação Tecnológica, que contarão com o apoio das secretarias estaduais e municipais de educação, além das Forças Armadas, na orientação aos alunos.

Para esse Dia de Mobilização, os colegas de escola de Analice prepararam, ao longo da semana, cartazes e panfletos, além de paródias com músicas conhecidas para abordar o tema. “Os alunos vão panfletar na vizinhança da escola para falar do combate ao mosquito, expor os cartazes que eles confeccionaram e apresentar as paródias para reforçar as ações de conscientização”, explica a diretora da escola Professora Maria Nosídia, Izabel Cristina Soares Leal.

“A nossa escola realiza uma ação que conscientiza a população a acabar com o mosquito que transmite diversas doenças, como a degue, a chikungunya e o zika vírus. Ensinamos como tirar 10 minutos do nosso dia para destruir o mosquito. Se ele não nasce, a doença não passa”, comenta Filipy Gabriel da Silva, 11 anos, também estudante da escola municipal Professora Maria Nosidia, em Goiânia (GO).

Na escola goiana, o combate ao mosquito faz parte do projeto político pedagógico da escola municipal, como explica a professora Aparecida Gomes Ribeiro de Souza.

“O projeto está incluído no nosso projeto político pedagógico onde nós realizamos todos os meses ações de conscientização e combate ao mosquito que têm como objetivo principal conscientizar não apenas a comunidade escolar, mas toda a comunidade local, pais, funcionários, de que o mosquito só vai ser erradicado se todos tiverem consciência e assumirem sua responsabilidade social”, conta a educadora.

Na guerra contra a dengue, a chikungunya e o zika, as escolas municipais de Goiânia instituíram também o professor dengueiro. “O professor dengueiro é o articulador e facilitador das ações de conscientização de combate ao mosquito. Ele é o responsável de cada escola por desenvolver ações sobre o tema, por trazer palestrantes para a escola, acompanhar os alunos nas mobilizações fora da escola”, relata a diretora Izabel Cristina.

“Além do professor dengueiro, temos também os dengueiros mirins, que são os próprios alunos. Fazemos uma rotatividade entre eles para que a cada semana tenham ajudantes diferentes e são eles que vão fiscalizar a própria escola”, completa Izabel Cristina.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias