“Eu tenho a disposição de resistir”, garante Dilma

A presidenta lembrou que o golpe é eleição indireta travestida de impeachment, para implantar um programa derrotado nas urnas

Brasília - DF, 06/05/2016. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de contratação simultânea de 25 mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida com entidades rurais e urbanas. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta Dilma Rousseff garantiu que tem plena disposição para resistir ao golpe em curso no Brasil que, para ela, é uma “eleição indireta travestida de impeachment”.

“Vão querer na maior cara de pau implementar um programa que não foi referendado nas urnas. Dizem que os programas sociais precisam ter foco e esse foco tem de ser reduzido, assim como o Estado tem que ser mínimo”, afirmou a presidenta nesta sexta-feira (6), durante cerimônia de contratação de 25 mil unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida com entidades rurais e urbanas.

Segundo Dilma, a teoria do foco se apresentou recentemente na proposta do vice-presidente Michel Temer (PMDB) que quer reduzir o Bolsa Família para apenas 5% dos mais pobres.

“Isso seria reduzir o programa a pó, tirar do Bolsa Família a sua ideia central, que é garantir às famílias uma renda mínima para assegurar as nossas crianças, que é não termos mais fome no nosso País”, frisou.

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Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Para a ministra das Cidades, Inês Magalhães, programas como o Minha Casa Minha Vida “não tem volta” e garantiu: “vamos continuar lutando por um País melhor”.

Já a representante da União Nacional por Moradia Popular, Evaniza Rodrigues, lembrou que os movimentos sociais só puderam entrar no Palácio do Planalto com os governos do PT.

Em sua fala, Evaniza ressaltou que quando os movimentos sociais constroem casas, estão construindo também cidadãos.

“Moradia não é mercadoria, é um direito social. Não vamos admitir retrocesso. O golpe não é apenas contra o governo, é contra a classe trabalhadora, contra os avanços sociais, contra a capacidade da senzala se levantar e dizer, nunca mais”, afirmou.

O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos também enfatizou que esse golpe contra Dilma “vem junto com retrocessos brutais aos avanços sociais”.

“Esse ato de hoje da presidenta é importante por duas razões. Primeiro porque aponta que a saída dos problemas econômicos do País não é reduzindo investimentos, mas ampliando investimentos sociais. Segundo, porque valoriza o trabalho de parceria dos movimento sociais organizados”, disse Boulos.

Mesmo comemorando o afastamento de Eduardo Cunha da Câmara dos Deputados, Boulos ressaltou que esse fato não “limpa o golpe”.

“Nem com muito desinfetante vão higienizar o golpe que está acontecendo nesse País. É só observar o relator do processo no Senado. Anastasia julga pedaladas, quando ele é quem mais pedalou nesse País. Que colocou vacina para cavalos como despesas de saúde. Aliás, ele fez cavalgada fiscal, e quer relatar impeachment”, apontou.

Ao final do seu discurso, o coordenador do MTST deixou um recado: “não mexam nas conquistas históricas do povo brasileiro. A luta contra o golpe já está acontecendo nas ruas”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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