Ex-delegado da Polícia Civil de SP está na lista do HSBC

Saldo registrado na conta de Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira entre 2006 e 2007 foi de US$ 194 milhões

FILE - DECEMBER 11, 2012: UK based bank HSBC have agreed a 1.9 USD settlement with US authorities having admitted poor internal regulations and controls in laundering money from drug cartels and countries subject to UN sanctions STREET, UNITED KINGDOM - MARCH 03: The HSBC logo is displayed outside a branch of HSBC on March 3 2008 in Street, United Kingdom. HSBC, the UK's largest bank, has said it has made a 8.7bn GBP loss, after the decline in the US housing market hit the value of its loans. The bank's losses are said to be the biggest write-down of the UK's big five because it has a lot of business and operations in the USA, however its annual profits still rose 10 percent to 12.2bn GBP, up from the year before. (Photo by Matt Cardy/Getty Images)

A lista de brasileiros com contas secretas no banco HSBC, em Genebra, Suíça, inclui o nome do delegado aposentado da Polícia Civil de São Paulo Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira. De acordo com reportagem publicada pelo jornal “O Globo“, em parceria com o jornalista Fernando Rodrigues, neste domingo, entre os anos de 2006 e 2007, o saldo bancário de Oliveira foi de US$ 194 milhões.

A renda de Oliveira como aposentado chega a R$ 10 mil líquidos, de acordo com o site transparência do governo de São Paulo. Ele também possui muitos imóveis em seu nome. São pelo menos 5 na capital paulista. Além disso, ele é dono de duas empresas privadas de segurança: a Vanguarda Segurança e Vigilância e a Nacional. Oliveira também já foi dono de incorporadoras entre os anos de 1994 a 2003.

Outro policial aposentado encontrado nas planilhas do HSBC é o inspetor da Polícia Civil do Rio de Janeiro Fernando Henrique Boueri Cavalcante. Ele se aposentou há dois anos e, durante o período investigado (2006/2007), o saldo dele foi de US$ 697 mil.

Segundo levantamento feito pelo jornal, outros servidores públicos ou de concessionárias de serviços públicos também aparecem na lista de suspeitos de envolvimento no esquema ilegal para sonegar impostos.

São eles: o engenheiro da Secretaria Municipal de Obras carioca – Mauro Chagas Bonelli (em 2006/2007 tinha US$ 105 mil); o conselheiro da concessionária do Aeroporto de Cabo Frio Murilo Siqueira Junqueira (saldo de US$ 895 mil – 2006/2007); e Hamilton de Souza Freitas Filho, ex-diretor da antiga concessionária do metrô do Rio, a Opportrans (US$ 10,2 milhões de saldo em 2006/2007).

Todos os citados localizados pela reportagem negaram ter contas no banco suíço e irregularidade financeira. Já o ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo, não atendeu aos pedidos de entrevista.

Entenda o caso – No início de fevereiro, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), divulgou o projeto SwissLeaks, por meio do qual foram expostos quase 60 mil arquivos com detalhes sobre mais de 100 mil correntistas do HSBC e suas movimentações bancárias, entre 1988 e 2007.

As contas bancárias reveladas somam mais de US$ 100 bilhões depositados em filiais do banco por correntistas ao redor do mundo.

À época, os dados sobre as correntes foram vazados pelo ex-funcionário do banco Herve Falciani. As informações foram entregues por ele a autoridades francesas, em 2008. Com o projeto SwissLeaks, mais de 140 jornalistas em 45 países investigam os nomes envolvidos no caso.

Até o momento, foram descobertas contas secretas, no HSBC da Suíça, de 6,6 mil brasileiros. Estima-se que os depósitos de correntistas brasileiros no paraíso fiscal possam chegar a US$ 7 bilhões. Desde fevereiro, a investigação feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos apontou que vários políticos, artistas, atletas, empresários e celebridades estão envolvidos em um caso de fraude fiscal com suas contas na filial suíça do HSBC.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias, com informações do site UOL

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