Gilmar suspende coleta de provas em investigação contra Aécio

Pedido de investigação partiu da PGR, mas o ministro do STF considerou válida a argumentação da defesa de que não há fatos novos para instaurar inquérito

Foto: Anderson Riedel/ VPR

Acusado de envolvimento no esquema de propina das Furnas Centrais Elétricas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi beneficiado por decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de suspender a coleta de provas na investigação sobre o tucano. A decisão ocorreu menos de 24 horas depois de o mesmo Gilmar Mendes autorizar a abertura de inquérito contra Aécio.

O pedido de investigação partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), mas o ministro Gilmar Mendes considerou que valia a argumentação da defesa de Aécio de que não há elementos novos que justifiquem a instauração de um inquérito. O ministro enviou os autos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “para que, à vista da documentação, requeira o que entender de direito”.

Presidente do PSDB, Aécio foi citado nas delações premiadas do doleiro Alberto Yousseff e do senador cassado Delcídio do Amaral. Esta última justificou o pedido da PGR de abertura de inquérito contra Aécio. O tucano é apontado como um dos participantes do esquema de vantagens indevidas que seriam pagas pelas empresas ao ex-diretor da companhia, Dimas Toledo, que as repassava para o senador.

A decisão de Gilmar Mendes se soma a outra decisão do ministro José Antonio Dias Toffoli, também do STF, de arquivar inquérito que investigava o senador Blairo Maggi (PP-MT) por lavagem de dinheiro no âmbito da operação Ararath. A investigação começou em 2013 e envolvia esquema de compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso (TCE-MT).

Ambas as decisões se referem a apoiadores do presidente golpista Michel Temer, que tem em seu ministério sete nomes investigados na Lava Jato. São eles: Geddel Vieira Lima (Governo), Romero Jucá (Planejamento), Henrique Eduardo Alves (Turismo), Bruno Araújo (Cidades), Ricardo Barros (Saúde), Raul Jungmann (Defesa) e Mendonça Filho (Educação e Cultura).

O próprio Michel Temer tem contra si condenação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por doação de campanha acima do permitido, decisão que o tornou inelegível por oito anos, conforme determina a Lei da Ficha Limpa (Lei nº 135/2010).

As suspeitas que recaem sobre o ministério golpista de Temer levaram a cidadãos organizarem até uma petição pública para pedir que o STF suspensa a nomeação dos sete ministros escolhidos por Temer que figuram na lista de investigados da Lava Jato.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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