Gleisi Hoffmann em Curitiba: “Não sairemos daqui sem Lula”

Para a senadora, é momento de denunciar o caráter político da prisão e exigir uma Justiça imparcial e isenta atuando no Brasil

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Gleisi Hoffmann fala a jornalistas no acampamento Lula Livre

“A prisão de Lula é a primeira prisão política no Brasil desde a redemocratização. O que estamos assistindo é a um completo desvio do papel do Judiciário. Há uma Justiça parcial, que tem lado. Respeitamos a decisão do ex-presidente Lula de cumprir a ordem de prisão, mas vamos lutar em todas as frentes pela sua liberdade˜, afirmou a presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, em entrevista a jornalistas no acampamento Lula Livre que acontece há dois dias nas imediações do prédio da Polícia Federal onde está o ex-presidente Lula.

“No Judiciário, temos a expectativa de que, na quarta-feira, a ministra Rosa Weber cumpra o que falou sobre rever a decisão do Supremo em relação às prisões em segunda instância. Temos recursos em cortes internacionais, na Comissão de Direitos Humanos da ONU”, afirmou.

Gleisi citou as dezenas de caravanas que estão indo de todos os estados para Curitiba demonstrar seu apoio a Lula. Os governadores dos estados do Nordeste anunciaram neste domingo (8) que irão também à capital paranaense, assim como diversos deputados e senadores de diversas legendas. “Todos querem vir pelo que Lula representa para a política brasileira.”

“Nossa vigília não terá fim. Enquanto Lula estiver na PF, nós ficaremos aqui. Não arredaremos pé da luta pela liberdade de Lula˜, afirmou. Minutos antes, foi saudada por militantes aos gritos de “Ocupar e Resistir!”, e reiterou a disposição dos militantes do Partido dos Trabalhadores em manter-se em constante mobilização.

“Eles têm contestado a nossa presença, muita gente reclama, mas nós não pedimos para estar aqui. Nós não queríamos estar aqui, e não precisaríamos estar aqui se tivéssemos uma Justiça isenta e séria neste país. Nós estamos aqui para dizer a todos que o presidente Lula é o primeiro preso político desde a abertura democrática e não sairemos enquanto Lula não sair!”

“A responsabilidade de estarmos aqui é da Justiça brasileira, é do Sérgio Moro, é do STJ, do STF. O que nós queremos é que a Justiça atue de forma isenta e imparcial! Eu espero sinceramente que o STF resgate seu papel de guardião da Constituição. O que fazemos é um ato político de resistência, uma vigilância cívica e democrática, e aqui vamos continuar.”

A presidenta afirmou que não irá aceitar a proposta de mover a vigilância para um parque. “Nós não iremos, e eu espero sinceramente que não haja violência porque, se tiver, vocês vão ter que explicar ao mundo porque agem com violência contra manifestações democráticas e pacíficas.”

Gleisi denunciou ainda a violência policial sofrida contra os militantes que estavam diante do prédio da PF no momento em que pousava o helicóptero que trazia Lula. “A barbárie e a violência contra vocês é coisa injustificável˜, denunciou.

O Partido dos Trabalhadores pediu uma sindicância para apurar a violenta repressão contra um ato pacífico, que durava  todo o dia, e contou com ato ecumênico com presentes de ao menos quatro orientações religiosas.

“Fomos conversar com o comando da polícia e o superintendente da Polícia Federal e colocamos um advogado para colocar tudo em pratos limpos. Não é possível que uma manifestação democrática e pacífica seja dispersa daquela forma na hora que o ex-presidente estava chegando.”

“A Polícia Federal não está acostumada e não é preparada para lidar com mobilizações de massa, por isso pedimos ao superintendente que a PF não trate mais disso e realize sindicância sobre os fatos que alegou ter acontecido e que não aconteceram. Não tiveram bombas, o que tinha eram sinalizadores que em nada prejudicavam a descida do helicóptero nem colocavam ninguém em risco”, afirmou, denunciando os foguetes que foram soltos na direção da aeronave por manifestantes da direita.

“Vamos assumir com todas as forças o compromisso que fizemos com Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ele andará com nossas pernas, pensará com nossas cabeças. A partir de agora, somos todos Lula!”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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