Gleisi: Nós não vamos aceitar mais violência contra Lula

Presidenta do PT reforça necessidade de mobilização pela liberdade de Lula; ato de mobilização nacional está marcado para ocorrer no próximo dia 13

Ricardo Stuckert

Reunião no Diretório Nacional do PT

“Os novos ataques do Judiciário contra os direitos de Lula são um aprofundamento do golpe”. A declaração é da presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, durante entrevista concedida nesta segunda-feira (9), em São Paulo, um dia após decisão legítima concedida para libertar o ex-presidente ser ignorada de maneira ilegal pelo juiz Sergio Moro, servidores da Polícia Federal e pelos desembargadores João Gebran Neto e Thompson Flores.

Para Gleisi, a aparente vitória dos golpistas nesta nova batalha jurídica terá efeito contrário e servirá de estopim para uma nova onda de mobilizações populares em defesa de Lula e da da democracia.  “Vamos reforçar o abaixo-assinado de Lula Livre, reforçar as mobilizações por todas as cidades, vamos ler a Carta de Lula que denuncia a falta de isenção de parte do Judiciário em todas as assembleias legislativas e câmaras municipais do país, vamos fazer representação no CNJ preparada pelos movimentos sociais, juristas e parlamentares farão a representação contra Moro e os desembargadores do TRF-4. Também entraremos com representação na corregedoria da Polícia Federal por não cumprir determinação da Justiça”.

Já nesta segunda-feira (9) está marcado ato em frente ao STF, em Brasília às 17h30, em defesa da democracia, de Lula e contra as decisões do tribunal responsável pela condenação sem provas de Lula em segunda instância.  No próximo dia 13 de julho,  acontece em todo o Brasil o Dia Nacional de Lutas pelo Brasil, pelo Povo Brasileiro, por Lula Livre Inocente e Presidente que será acompanhado do lançamento pelo PT de 13 pontos emergenciais para que país saia da crise. 

A defesa de Lula, segundo a presidenta do PT, tem o aval da maior parte do povo brasileiro, que tem demonstrado em todas as pesquisas de intenção de volta que quer vê-lo de volta. “Nós não vamos aceitar mais violência contra Lula porque somente ele tem condições de barrar este golpe e começar a desmontar a pauta contra o povo brasileiro (…) A soltura e sua candidatura representa o enfrentamento a este golpe. Representa retomar a democracia e a pauta de direitos do povo trabalhador. O Partido dos Trabalhadores com seus quase 40 anos de história não vai arredar pé da candidatura de Lula”, afirma. 

A senadora ainda vê na insistência em não deixar Lula deixar a prisão como a única maneira de os agentes do golpe se manterem no poder: “O golpe de 2016 foi promovido pelo sistema financeiro deste país, com grande parte do Judiciário, pela grande mídia e pela direita brasileira que viram a oportunidade da fazer um governo sem votos e fazer a reforma que retirem direitos dos trabalhadores”.

O fato de não haver provas que justificassem a condenação do ex-presidente, prossegue Gleisi, coloca ainda mais em xeque a credibilidade do Judiciário brasileiro. “Até agora não apresentaram prova concreta. Lula deu prazo até 15 de agosto para que apresentem uma prova. Infelizmente por um conluio da Polícia Federal, com Moro e dois desembargadores do TRF-4. Este país está sem estabilidade democrática, sem estabilidade institucional. Nós consideramos extremamente grave o que aconteceu no domingo e vamos registrar o presidente Lula no dia 15”, reitera. 

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também falou à imprensa e lembrou do ineditismo das decisões do Judiciário contra Lula: “Todos acompanharam o processo veloz de condenação de Lula sem qualquer prova. Não conseguiram provar que ele tem chave, dormiu ou tenha escritura do apartamento. Nenhum outro cidadão brasileiro seria condenado”. 

O parlamentar também refutou a postura inadmissível de Moro ao interferir na decisão de Rogério Fraveto. ” A ordem foi dada, a liminar foi concedida pelo juiz. E ao conceder a ordem aconteceram alguns fatos nunca antes visto no judiciário brasileiro. Ordem judicial não se questiona, se obedece. Moro ainda questionou seu chefe imediato. Ele ligou para a PF não cumprir a ordem. Portanto é uma série de novidades jamais vista na história do Brasil”, lamentou. 

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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