Golpe é atraso completo para a vida dos nordestinos, diz Uchôa

Livro analisa o golpe sob o ponto de vista de cearenses e, como consequência, do povo nordestino. Organizador diz que afastamento seria atraso completo ao NE

(foto: divulgação)

No histórico Cineteatro São Luiz, na Praça do Ferreira, em Fortaleza (CE), foi lançado na noite de quarta-feira (24) o livro “O Ceará e a resistência ao golpe de 2016” (Projeto Editorial Praxis). A publicação traz 35 artigos assinados por personalidades cearenses contra o golpe de estado em curso no Brasil.

O evento de lançamento atraiu personalidades da cultura, movimentos sociais, políticos e diferentes organizações populares. Houve falas ao microfone dos autores do livro – que eram interrompidas apenas por coros exigindo a volta da presidenta eleita Dilma Rousseff.

Para o advogado e professor universitário Marcelo Uchôa, que é um dos organizadores da publicação, o afastamento à margem da lei da presidenta eleita trará graves consequências ao povo nordestino.

“Esse golpe é um atraso completo para o povo sofrido do Nordeste. É um atraso para obras importantíssimas que estavam num cronograma de entrega como a transposição do São Francisco, que agora se perdem completamente”, afirmou.

“O povo nordestino é o mais assistido pelo Bolsa Família, pelo Minha Casa Minha Vida, pelo Farmácia Popular, pelos programas sociais. O golpe é muito do que uma afronta a democracia. É uma violação a própria vida dessas pessoas”.

Ele destacou, ainda, que o golpe também atingirá as conquistas dos trabalhadores de todo o País.

De acordo com o deputado federal José Guimarães (PT-CE), o golpe vai além do afastamento de uma presidenta democraticamente eleita pelo povo.

“O que está em jogo é o interrompimento de um processo democrático iniciado por muitos batalhadores desde a década de 1970. A grande elite econômica e os partidos de direita tomaram uma decisão: não dá mais para deixar a esquerda governar o Brasil”, analisou.

“Eles querem desmontar as conquistas sociais e tudo aquilo que a democracia conseguiu neste País”.

Para a presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Enedina Soares, a publicação de livros sobre o acontecimento é fundamental para manter a história registrada tal qual ela ocorreu.

“É importante que haja registro dessa história, que essa história não seja apagada. Ela não será contada pelos meios tradicionais de comunicação”.

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“Houve muitos homens e muitas mulheres, muitos idosos e muitos jovens, que resistiram a todo esse retrocesso que está batendo agora na nossa porta. Esse golpe não era para tirar a Dilma do poder nem para derrubar o PT. Tanto faz se fosse o PT, o Psol ou o PSTU. Qualquer um que avançasse nos direitos sociais estaria enfrentado o que a Dilma está passando”, afirmou.

Além de Marcelo Uchôa, o livro foi organizado por Inocêncio Uchôa, juiz do trabalho aposentado e um dos fundadores do Movimento Democracia Participativa; Antônio José de Sousa, advogado que integra o Coletivo de Advogados Cearenses pela Democracia; e por Letícia Alves, estudante de Jornalismo.

Por Bruno Hoffmann, de Fortaleza, para a Agência PT de Notícias

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