Golpe entra na pauta do Dia Internacional de Luta das Mulheres

Movimentos sociais e ativistas aproveitarão agenda do dia 8 de Março para denunciar efeitos do golpismo no aprofundamento das desigualdades de gênero

Julia Dolce

Ato do dia 8 de março de 2017 em São Paulo

Às vésperas de mais um Dia Internacional de Luta das Mulheres, em 8 de março, militantes e movimentos populares preparam uma extensa agenda para combater o machismo, o racismo contra negras e a falta de equidade salarial. No Brasil, as ativistas também aproveitarão a data para denunciar os efeitos do golpe no aprofundamento das desigualdades de gênero.

A CUT e diversos movimentos de mulheres, feministas e populares estão organizando, nos principais estados e cidades uma Jornada de Luta das Mulheres em Defesa da Democracia e dos Direitos. O ato de lançamento aconteceu no sábado (24) em São Bernardo do Campo (SBC) e as atividades se estendem até 1º de Maio e tem como principais desafios mobilizar e dialogar com as mulheres e população em geral.

Outras bandeiras que serão levantadas neste ano serão contra o retrocesso dos direitos sociais e trabalhistas que impactam principalmente as mulheres, o avanço do conservadorismo, o desmonte das políticas públicas, o aumento da violência contra as mulheres e a dura perseguição e condenação, sem provas, do Presidente Lula.

Os temas do ato unificado sintetizam a avaliação política das organizações sobre a conjuntura política. A defesa da vida das mulheres será pauta com a denúncia dos cortes de verbas políticas para o enfrentamento à violência contra a mulher, em um momento em que as denúncias das violações crescem. Outro debate que elas novamente trazem à tona é o direito ao aborto.

Já a luta por democracia e soberania serão expressas pela contraposição à intervenção federal militar no estado do Rio de Janeiro e às tentativas de privatizações promovidas pelo governo golpista de Michel Temer.

Previdência

Sônia Coelho, integrante da Marcha Mundial das Mulheres, explica que a denúncia da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que altera as regras para a aposentadoria, permanece como um dos temas do ato deste ano.

Na última segunda-feira (19), após grande pressão popular, o Senado retirou a proposta de tramitação. Ainda assim, a militante pontua que as organizações entendem que, mesmo com a vitória, o tema pode ser retomado no segundo semestre.

“Essa reforma, como a gente tem comentado, afeta diretamente as mulheres. A Previdência, em uma sociedade tão desigual como a nossa, é um mecanismo que minimamente dá alguns equilíbrios, já que as mulheres podem se aposentar um pouco antes”, afirmou a militante feminista.

Agenda

Além da Marcha Mundial das Mulheres e Marcha das Mulheres Negras, as entidades que compõem a Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo também organizam o ato unificado do do 8 de março.

Em São Paulo (SP), a concentração será às 16h, na Praça Oswaldo Cruz, no bairro Vila Mariana. Na capital paulista, as professoras estaduais e municipais já votaram indicativo de greve para a data.

As paranaenses se reúnem na Praça 19 de Novembro, localizada no centro de Curitiba (PR). A agenda completa dos atos em todas capitais deve ser divulgada nesta semana.

Em Nova Santa Rita (RS), nesta terça-feira (6). As mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul farão uma conferência com a ex-presidenta Dilma Rousseff, às 15h.

Já a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) realizará nesta quinta a conferência “Mulher, Academia e Política”, às 10h.

Em Porto Alegre, o MST realizará um ato pela Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, no dia 8. Com o lema “Quem não se movimenta, não sente as correntes que a prendem”, as mulheres pautarão temas que dizem respeito a toda a classe trabalhadora. A marcha, que percorrerá cerca de 10 quilômetros, está marcada para sair às 7h do antigo posto fiscal da receita, próximo à ponte do rio Guaíba, e deverá terminar no centro da capital.

Na Paraíba, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) também terá atividades. Às 7h, haverá a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, em São Sebastião de Lagoa de Roça. Durante tarde, no mesmo dia, está prevista uma apresentação, às 17h do coral Coro em Canto, da UFCG, na sede da ADUFCG e, em seguida, uma mesa redonda com o tema: Estratégias de Combate ao Assédio e a Violência contra as Mulheres.

Em Ouro Preto (MG), também no dia 8, a União Brasileira de Mulheres (UBM) realizará o ato “Greve Internacional de Mulheres: solidariedade é a nossa arma”, às 16h, na Praça Tiradentes. A manifestação reunirá as diversas lutas das mulheres contra todos os tipos de violência e ataques sofridos.

Da Redação do PT de Notícias com informações da CUT, Brasil de Fato e Rede Brasil Atual

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