Governo anuncia R$ 83 bi em linhas de crédito

Durante a reunião do “Conselhão”, a presidenta Dilma anunciou que encaminhará ao Congresso Nacional uma proposta para o uso de verba do FGTS

Presidenta Dilma durante abertura da 44ª Reunião Ordinária do Pleno do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Foto: Lula Marques/Agência PT

O governo federal anunciou, após reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, nesta quinta-feira (28), R$ 83 bilhões em crédito como forma de estimular a economia brasileira.

De acordo com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, o crédito será oriundo de recursos que já estão disponíveis na economia e podem ser melhor aproveitados. Com isso, a medida não terá impacto negativo na inflação. 


“São R$ 83 bilhões que se podem abrir de novas operações de crédito utilizando melhor os recursos que já existem”, explicou. 

O Conselhão, como o grupo é conhecido, foi criado em 2003 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O grupo assessora o presidente da República na formulação de políticas públicas e reformas estruturais. 

O grupo, que conta com grandes empresários, representantes dos trabalhadores e de entidades da sociedade civil, cumpre a promessa do governo Dilma de ampliar o debate e a articulação política e econômica, ouvir e propor mudanças.

O ministro ainda informou que será autorizado o uso da multa e de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para o crédito consignado a trabalhadores do setor privado demitidos sem justa causa. 

Essa modalidade deve gerar R$ 18 bilhões em crédito. Durante a reunião do “Conselhão”, a presidenta Dilma Rousseff anunciou que encaminhará ao Congresso Nacional uma proposta para o uso de verba do FGTS. 

“Encaminharemos ao Congresso proposta de utilização da DRU e de até 10% do saldo do FGTS como garantia ao crédito consignado”, explicou a presidenta.

A injeção de crédito na economia brasileira também destinará R$ 10 bilhões para o crédito rural e outros R$ 10 bilhões, com recursos do FGTS, para o crédito habitacional. O setor de infraestrutura terá R$ 22 bilhões em linhas de crédito, por meio de recursos do FI-FGTS. 

Para capital de giro de pequenas empresas serão Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e para o investimento de máquinas e equipamentos, R$ 15 bilhões.

As empresas exportadoras também serão beneficiadas e terão linha de crédito de R$ 4 bilhões.

Diálogo – A presidenta Dilma Rousseff defendeu, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, diálogo e convergência pra a construção de uma agenda positiva para o Brasil.

“Um País só se constrói com o diálogo paciente e tolerante. Construção propiciada pela busca de diálogo e de consensos”, disse a presidenta. 

Durante fala no Conselhão, a presidenta voltou a defender a volta da CPMF e a reforma da Previdência.

“Não somos mais o País de jovens q podia se permitir adiar indefinidamente a solução de seus desequilíbrios previdenciários”, disse. 

“Eu peço, no entanto, e peço encarecidamente, que reflitam sobre a excepcionalidade do momento, que torna a CPMF a melhor solução disponível”, defendeu.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias

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