Governo golpista não sabe combater violência contra a mulher

Para deputada estadual delegada Adriana Accorsi (PT-GO), ações de Temer mostram desconhecimento da área da segurança pública e da violência de gênero

Foto: Divulgação

As ações de combate à violência contra a mulher do governo golpista de Michel Temer não têm o mínimo de impacto efetivo e mostram desconhecimento da área da segurança pública e da violência de gênero. É o que afirma a deputada estadual e delegada Adriana Accorsi (PT-GO).

“As ações de Temer demonstram desconhecimento da área de segurança e da problemática da violência doméstica, da violência de gênero. Eu acredito que criar um departamento dentro da Polícia Federal é totalmente inócuo e não vejo qualquer forma que isso tenha impacto na redução da violência, porque quem apura e julga nos casos de violência contra a mulher são as polícias e justiças estaduais”, explicou.

Adriana fala com a propriedade de quem tem experiência na área. Delegada titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depai) por oito anos, a petista também foi a primeira mulher a ocupar o cargo de Delegada Geral da Polícia Civil de Goiás, em 2012, e, logo no ano seguinte, assumiu a Secretaria Municipal de Defesa Social.

Na Assembleia Legislativa, tem forte atuação nas pautas de combate à violência contra mulheres e crianças. Seu primeiro projeto aprovado, que virou lei em Goiás, é o que torna obrigatória a afixação de cartazes do Disque 100, número para denúncia contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, em estabelecimentos comerciais de grande circulação.

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“Nós conseguimos também criar o Observatório de Violência Contra a Mulher, aprovamos recentemente vários projetos que dizem respeito a esse combate à violência, como reservar 5% das vagas de empregos em empresas que negociam com o estado para as mulheres. Criamos, também, um fundo para as políticas para as mulheres”, acrescentou a deputada.

Primeira mulher eleita deputada estadual pelo PT de Goiás, a delegada Adriana Accorsi é uma das três deputadas na Assembleia Legislativa do estado, em um universo de 41 parlamentares. “E também a primeira mulher presidente da comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. Isso é muito importante, porque Goiás passou, nos últimos anos, de nono para o terceiro lugar em feminicídio no Mapa da Violência”, afirmou a deputada.

Governado pelo PSDB de Marconi Perillo, “Goiás é conhecido por ser um estado de tradição agrícola, muito machista, inclusive isso se reflete na participação das mulheres na política”, destacou.

Adriana também falou do “retrocesso que significou o desmantelamento da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres”, feito pelo golpista Temer. “É, para mim, algo de extrema gravidade. Acho que isso vai realmente atingir as políticas públicas. Porque a questão da violência está ligada a muitos outros aspectos da vida das mulheres, que não são da segurança”, destacou.

Para a deputada, é preciso combater uma cultura da violência e empoderar as mulheres através da educação, do trabalho, da oportunidade. “As políticas públicas de empoderamento das mulheres é que são essenciais”.

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“Nós precisamos combater essa cultura machista mesmo, combater, discutir isso com os jovens, com os e as adolescentes, discutir com as famílias. É um debate que tem que estar presente nas escolas, nas universidades”, completou.

Na área específica da segurança pública, a delegada Adriana listou as ações efetivas para enfrentar esse tipo de violência. “É imprescindível que a gente estimule a denúncia, através do disque 180, porque nós sabemos que o número de casos que chega às autoridades é muito menor do que o número verdadeiro de agressões de todas as naturezas. Mas, ao lado dessa política de divulgação do disque denúncia, precisamos garantir de fato a estrutura da segurança esteja compatível com a demanda e consiga atender essas mulheres”, afirmou.

Na sua avaliação, o fortalecimento das estruturas da segurança pública passa pela expansão das delegacias especiais de atendimento à mulher, pela ampliação dos abrigos, por mais centros de referência e pela capacitação dos profissionais envolvidos.

“Uma série de providências que o poder público deve disponibilizar e que são essenciais no combate à impunidade e também para que a vítima se sinta segura, sinta que realmente será atendida e acolhida quando revelar a situação que ela está passando”, destacou.

Adriana falou da realidade do seu estado. “Aqui em Goiás esse é um problema muito grave que a gente tem denunciado, que é a dificuldade mesmo em termos de número de policiais, a estrutura física, o número de delegacias em si para o atendimento dessas vítimas”.

E lembrou que a prefeitura de Goiânia (GO), sob o comando do prefeito, Paulo Garcia (PT), disponibiliza um abrigo para as mulheres vítimas de violências.

“Diferente da prefeitura municipal de Goiânia, a grande maioria das cidades ainda não possui abrigo para as mulheres que estão em uma situação muito grave de ameaça”.

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A deputada, que é pré-candidata à prefeitura de Goiânia pelo PT, quer ser a primeira prefeita da capital de Goiás. “Nós nunca tivemos uma mulher prefeita”, lembrou.

Seu possível concorrente é o deputado federal Delegado Waldir (PR-GO). “Machista, que vai contra todos os nossos projetos, principalmente ligado às mulheres, e também foi extremamente perseguidor à nossa presidenta Dilma Rousseff”, enfatizou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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