Governo negocia com caminhoneiros

Categoria reivindica diesel R$ 0,50 mais barato ou redução de impostos para garantir atividades

A presidenta Dilma Rousseff afirmou na manhã desta quarta-feira (25) em Feira de Santana (BA), que o governo não tem como baixar o preço do diesel, conforme reivindicam caminhoneiros em protesto. As afirmações foram dadas após cerimônia de entrega de unidades habitacionais do  programa Minha Casa Minha Vida.

Em reunião, que se realiza nesta tarde no Ministério dos Transportes, os caminhoneiros elegeram ainda a  negociação de um frete mínimo como principal reivindicação da categoria.

Da reunião participam os ministros Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Antônio Carlos Rodrigues (Transportes), José Eduardo Cardozo (Justiça), Kátia Abreu (Agricultura) e Luís Adams (Advocacia Geral da União).

O Comando Nacional do Transporte propôs a redução imediata do preço do óleo diesel em R$ 0,50 até que seja definido um valor mínimo de frete para a categoria. O comando defende o pagamento de R$ 0,70 por eixo de caminhão a cada quilômetro rodado como piso para a negociação.

Já o presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca, propõe uma revisão na carga tributária que incide sobre o diesel. Segundo ele, ela responde por 70% do custo do combustível.  “Não há possibilidade de solução para a crise sem a redução desse percentual”, afirmou ao Portal Brasil.

O comando também contesta o preço de pedágios e pede refinanciamento de dívidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), relativas à linha de crédito Pró-caminhoneiro. Os profissionais afirmam que nas atuais condições terão de parar, promovendo o desabastecimento de alimentos, remédios e combustíveis em todas as regiões.

Convergência de fatores – A convergência da alta de preços com o achatamento do valor do frete deixou de assegurar margem de remuneração adequada ao setor, que alega viver condição de extrema de penúria, com inadimplência e inviabilização da atividade.

Mas a presidenta esclareceu na Bahia que não houve reajuste que possa ser revogado e sim a recomposição da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), uma taxa federal que objetiva ajudar na contenção do déficit fiscal e reequilibrar as contas públicas.

Os protestos resultam, desde terça-feira (24), em intervenções policiais em vários pontos de rodovias federais. Desde que começaram, há uma semana, se multiplicam por 13 estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste.

O governo obteve decisões judiciais favoráveis à desobstrução das estradas na terça-feira. Segundo o ministro Miguel Rossetto (da Secretaria-geral da Presidência da República), o objetivo do governo é priorizar o restabelecimento da normalidade das atividades econômicas.

“O governo tem tomado todas as medidas para evitar a obstrução das nossas rodovias, garantindo, assim, o abastecimento da sociedade brasileira, evitando prejuízos à nossa sociedade, à nossa economia”, ressaltou Rossetto.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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