Governos populares são “deslegitimados” com frequência no Brasil, diz socióloga

Maria Rita Loureiro explica que a elevação do salário mínimo e a diminuição da desigualdade social engrossam esse coro

Em um artigo à “Carta Maior”, a socióloga Maria Rita Loureiro falou sobre o processo sistemático e concertado de criminalização dos dirigentes do PT e a desqualificação da competência do governo de Dilma em conduzir as políticas econômicas do país.

Para Loureiro o objetivo dessa perseguição é “destruir” o único partido de base popular que assumiu o poder no Brasil e que criou políticas de redução das desigualdades sociais.

“Não é a primeira vez, e muito provavelmente não será a última, que grupos conservadores no Brasil se mobilizam para impedir a existência de um partido de base popular – não tutelado e com vínculos orgânicos com a classe trabalhadora”, afirmou a socióloga.

Maria Rita relembrou a argumentação jurídica, controversa segundo ela, que levou a ilegalidade do Partido Comunista em 1948 e que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“O mais significativo é que isso ocorreu no Brasil enquanto outros países da América Latina, mesmo no contexto da Guerra Fria, mantinham seus partidos comunistas legalizados”, explicou.

Para ela, o segundo exemplo é sobre a ascensão eleitoral de Getúlio Vargas, em 1950, quando as classes dominantes não toleravam i seu “trabalhismo autoritário”.

“Como Vargas, nos anos 50, o governo do PT hoje, sessenta anos depois, também não pode governar. Essa memória nos ajuda a compreender em grande parte a crise política atual”, completou.

A sociólogo explica que há outro ponto comum nesses dois momentos da história brasileira: a elevação do salário mínimo, crucial no processo de redução das desigualdades sociais.

“Da mesma forma que agora, os governos Lula e Dilma, elevaram sistematicamente o salário mínimo em termos reais, ajudando a alimentar o ódio contra o governo por parte da classe média, é importante relembrar que a campanha de Carlos Lacerda ‘contra o chamado mar de lama que atinge o Palácio do Catete’ cresceu depois da elevação histórica de 100% do salário mínimo pelo governo Vargas em 1º maio de 1954”, explicou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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