Para Haddad, PT sofre os efeitos de uma mídia que tenta criminalizar o partido

O prefeito de São Paulo fala sobre o cenário político atual na capital paulista e sobre os possíveis candidatos nas eleições municipais do próximo ano

Foto: Agência Brasil

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), avaliou, em entrevista na quarta-feira (29), o cenário político atual na capital paulista e os possíveis candidatos à prefeitura da capital no próximo ano.

Para ele, é apenas no horário eleitoral que se abre espaço para diálogo do PT para além de seu eleitorado tradicional. “Antes das eleições, é uma conversa para convertidos. É só na televisão e durante a disputa que conseguimos colocar todas as nossas ideias para que a população saiba o que está acontecendo. Antes disso, todos ficam reféns da mídia”, frisou.

O prefeito afirmou que o PT paga “por mais de 10 anos de ataques da grande imprensa”. “Ainda sofremos os efeitos de uma mídia que tenta criminalizar o partido que governa o país”, ressaltou.

E o petista deve ter dois adversários saídos da própria mídia: Celso Russomanno e José Luiz Datena. Para Fernando Haddad, a eleição deverá apresentar um segundo round contra Russomanno, pelo PRB. O jornalista terminou em terceiro, com 1,3 milhões de votos (21,60%).

O petista considerou a candidatura de Datena pode ser facilitada por ele ser um “rosto famoso”. O apresentador de TV confirmou que será candidato à prefeitura de São Paulo. O vice na chapa será o delegado Antonio Assunção de Olim e o Partido Progressista foi escolhido como legenda.

“Acho que Russomanno é o candidato que tem mais aceitação por ser um outsider do jogo político tradicional. Não é visto como um político de dentro”, afirmou.

“Datena está em uma situação semelhante e pode chamar atenção nas eleições também por ser um rosto famoso na televisão”, disse Haddad.

Ao falar de nomes que vem diretamente de programas jornalísticos sensacionalistas, o prefeito brincou com as possibilidades nas eleições do ano que vem. “O que tenho medo é que o SBT resolva lançar o palhaço Bozo como candidato, considerando os outros adversários que temos”, complementou.

Para o prefeito, a segurança pública é o calcanhar de Aquiles dos tucanos em São Paulo. “O número de novos policiais militares cai dramaticamente todo ano. Não há efetivo suficiente para o policiamento, ao contrário do que dizem as propagandas do PSDB”, ressaltou.

“São Paulo é uma cidade que não tem um PM a cada 10 quilômetros. Falam em fazer concursos, mas os policiais não estão nem ganhando bem. Daqui a pouco vai ter mais guarda civil metropolitano do que policial militar”.

O prefeito não acredita que o eleitorado paulistano é reacionário e acha que este é o motivo de boas gestões petistas terem passado pelo poder municipal.

“Erundina, Marta e eu provamos que o eleitorado paulistano não é totalmente conservador. Ele é sim influenciado por forças conservadoras”, complementou.

Porém, Haddad questionou a sustentabilidade de uma candidatura de Marta Suplicy e se ela vai prosperar na disputa. O prefeito elogiou os CEUs, o bilhete único e diversos feitos da gestão de Marta, mas não a considera “habilidosa politicamente”.

“Faltava habilidade para ela no passado e ainda falta hoje. Marta Suplicy saiu do PT achando que todo mundo iria abraçá-la. Acho que nem o PSB quer mais ela”, avaliou.

Segundo ele, Marta corre o risco de ficar sem partido. “Falo isso com muita humildade, porque ela já anunciou três vezes a filiação que ainda não aconteceu”, declarou.

Desfiliada após 33 anos no PT, Marta disparou ataques na imprensa em abril de 2015 contra o Partido no qual fez carreira de deputada federal, senadora, ministra do Turismo de Lula, ministra da Cultura de Dilma e prefeita de São Paulo.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Diário do Centro do Mundo

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