IBGE comprova urgência em combater disparidade de gêneros

Pesquisa divulgada nesta quarta (7) mostra que mulheres trabalham e estudam mais e ganham menos, o que reforça a necessidade de governos que atuem em nome da equidade

Valter/Campanato/Agência Brasil

Formatura de participantes do programa Mulheres Mil em Brasília

A mobilização prevista para o dia 8 de Março deve ganhar mais uma série de reivindicações a partir da pesquisa divulgada nesta quarta-feira (7) pelo IBGE.

Em “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, o instituto comprova a disparidade existente entre homens e mulheres nos mais variados seguimentos sociais e sugere a necessidade urgente de preservar ou aumentar as políticas de inclusão feminina promovidas durante os governos do PT.

De acordo com a pesquisa, em dezembro de 2017, o percentual de mulheres parlamentares no Congresso Nacional era de 11,3%. No Senado, 16% e na Câmara 10,5%. Em três estados brasileiros, não havia nenhuma deputada federal: Paraíba, Sergipe e Mato Grosso.

Tais dados colocam o Brasil na 152ª posição entre os 190 países que informaram à Inter-Parliamentary Union o percentual de assentos ocupados por mulheres parlamentares em exercício. Na América do Sul, tem o pior resultado.

Sobre o tema, o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) propôs em 2016 a PEC 283, que “altera os artigos 45 e 46 da Constituição Federal para estabelecer a paridade na distribuição das vagas entre homens e mulheres nas eleições para a Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais”.

De acordo com o parlamentar, a proposta, que aguarda designação da Câmara, “reflete o sentimento da sociedade brasileira e não pode ser ignorado pelo Congresso Nacional”.

Além disso, o PT foi o primeiro partido a garantir paridade entre homens e mulheres nas direções partidárias. Desde o seu primeiro congresso, a participação foi garantida com cotas de 30%, o que foi ampliado no quarto congresso, quando foi instituído que as direções partidárias, delegações e cargos com função especifica de secretarias deverão ter paridade de gênero (50% de mulheres e 50% de homens).

Com essa decisão o PT sinalizou para a sociedade brasileira que as mulheres podem e devem estar no centro da política como protagonista e que um projeto político com igualdade entre homens e mulheres, sem machismo, misoginia e intolerância é viável.

Sem contar que, além de ter como atual presidenta nacional a senadora Gleisi Hoffmann, a legenda também entrou para a história por eleger Dilma Rousseff, a primeira presidenta do país.

Trabalho em dobro

A pesquisa também  refuta o senso comum e a misoginia presente no discurso de quem afirma que mulheres trabalham menos que os homens. Na realidade, as mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens. Mesmo assim, ganham em média 76,5% a menos, mesmo tendo muitas vezes formação superior à deles.

Outro agravante apontado pelo IBGE é o fato de as mulheres dedicarem 18,1 horas semanais aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos – cerca de 73% mais de horas do que os homens (10,5 horas semanais).

Em relação ao mercado de trabalho, as políticas públicas promovidas pelo PT também foram decisivas para reduzir a distância entre gêneros. Segundo o relatório “Progresso das Mulheres no Mundo 2015-2016: Transformar as economias para realizar os direitos”, a taxa de participação da mulher na população economicamente ativa subiu de 54% para 58% no país ene 2001 e 2009.

“O programa do governo de Dilma em termos de políticas públicas teve um impacto significativo na vida das pessoas mais pobres, especialmente das mulheres negras”, afirmou na época Nadine Gasman, da ONU Mulheres Brasil.

O aumento no número de mulheres empreendedoras no governo Dilma foi ainda mais impressionante: 800% passando de 21 mil em 2009 para 2,1 milhões em 2014. Desse total, mais de 495 mil pertenciam ao Bolsa Família.

Na educação

Entre os recortes realizados pelo IBGE, destaca-se a educação. A maior diferença percentual por sexo encontra-se no nível “Superior completo”, especialmente entre as pessoas da faixa etária mais jovem de 25 a 44 anos de idade, em que o percentual de homens que completou a graduação foi de 15,6%, enquanto o de mulheres atingiu 21,5%, indicador 37,9% superior ao dos homens.

Novamente, constata-se desigualdade entre mulheres por cor ou raça. O percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%), e é mais do que o triplo daquele encontrado para os homens pretos ou pardos (7,0%).

Mais uma vez, os anos dos governos do PT tiveram papel decisivo para que tal aumento fosse corroborado. Um dos exemplos é o programa Mulheres Mil do Pronatec, cuja proposta é promover ações de qualificação e educação voltadas para a equidade, igualdade entre sexos e combate à violência contra as mulheres. A iniciativa fez com que as mulheres respondessem a 66%  das matrículas realizadas no Pronatec.

Da Redação do PT de Notícias com informações do IBGE

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